Logo nos primeiros dias de 2022, foi observado o crescimento de casos da Covid-19 no Brasil e no Maranhão. Além de uma nova onda da doença, surgiu um novo subtipo de Influenza A. Diante desse cenário, o Diário 98 entrevista Marcos Grande, presidente da Empresa Maranhense de Serviço Hospitalares (Emserh).
Marcos comentou as ações do governo do Maranhão diante do crescimento dos casos de síndromes gripais e ainda destacou o efeito da vacinação na rede estadual hospitalar. “É importante destacar que grande parte dessas pessoas que estão se contaminando e precisando de leitos de enfermaria e de UTI são pessoas que não concluíram o seu ciclo vacinal”, pontuou.
Além disso, o presidente da Emserh enfatiza que ao longo deste primeiro semestre de 2022 ocorrerão ações promovidas pelo governo do Maranhão com o objetivo de incentivar a vacinação completa dos maranhenses contra a Covid-19.
Sobre as ações da saúde nas cidades afetadas pelas enchentes, Marcos Grande é pontual e destaca a eficiência do Governo do Maranhão em prestar auxílios aos munícipios afetados e ainda monitorar áreas que estão sob risco de enchentes.
Quais os impactos da vacinação e ampliação da testagem na pandemia de Covid-19 em 2022? Quando comparado com os anos anteriores, o cenário é outro?
Nós encontramos a nossa rede pública em um cenário diferente. Existe uma alta procura pela testagem pelo fato de algumas pessoas apresentarem alguns sintomas. No entanto, esses sintomas são, em sua grande maioria, sintomas leves de síndromes gripais. Isso está fazendo com que as nossas principais portas de entradas que são as nossas UPAs se encontrem a mais ou menos 15 dias em regime de superlotação. Estamos atendendo centenas de pessoas diariamente nessas unidades.
Para auxiliar esse fluxo, o governador Flávio Dino, o secretário Carlos Lula, anunciaram um conjunto de ações na capital e no interior do estado com o objetivo de melhorar esse fluxo aqui na região da Grande Ilha. Iniciamos quatro ambulatórios para pacientes com sintomas leves de síndromes gripais, isso tem melhorado nosso fluxo, fazendo com que com que o paciente que está acometido ou com o convívio com influenza não procure a UPA e seja atendido em um regime de consulta e medicação dentro dessas estruturas. Estamos fazendo isso também no interior. Iniciamos em Pedreiras e também estamos começamos ambulatórios pediátricos na capital e no interior do estado.
É importante destacar que grande parte dessas pessoas que estão se contaminando e precisando de leitos de enfermaria e de UTI não concluíram o seu ciclo vacinal. O que é isso? São pessoas que não tomaram a primeira dose ou que tomaram a primeira dose e não fizeram a dose complementar, que seria a segunda dose ou que tomaram as duas doses e não conseguiram tomar a dose de reforço. Estimamos que 80 % desses pacientes estão com essa característica de não ter completado o ciclo vacinal.
Em alguns estados, a maioria dos pacientes internados devido à Covid-19 optaram por não vacinar ou, não completaram a vacinação. Esses dados se repetem no Maranhão?
Desde o ano passado, o governo do Maranhão tem auxiliado os municípios quanto à política de vacinação e às atribuições. De acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), as únicas atribuições dos governos estaduais são: o recebimento dessas doses e o fornecimento dos insumos necessários para a aplicação dessas vacinas. No entanto, aqui no nosso estado, o governo Flávio Dino tem participado efetivamente da aplicação dessas vacinas desde o ano passado.
Ano passado fizemos diversas iniciativas de mutirões, arraiais de vacinação, distribuímos caminhonetes para auxiliar o acesso da vacina a povoado distante do centro da cidade. Ações que, em certo momento, fizeram com que o Maranhão ficasse entre os dez estados que mais estavam vacinando.
No entanto, isso teve uma espécie de arrefecimento e hoje não só no Maranhão, como no Brasil há uma espécie de diminuição da procura principalmente da segunda dose e também da dose de reforço, da terceira dose. Então, esses dados do Maranhão repetem os dados do Brasil e o governo que está organizando mais uma força tarefa nesse primeiro semestre de 2022, com o objetivo de auxiliar e também de fazer com que o Maranhão volte a atingir percentuais mais significativos de pessoas vacinadas não só na primeira, não só na segunda, mas também agora com a dose de reforço, a terceira dose.
Analisando o atual cenário, será necessário a ampliação de leitos e contratação de mais médicos?
Em relação à ampliação de leitos, nós já estamos fazendo ainda que grande parte dessas pessoas acometidas por Covid ou por Síndrome Respiratória, diferente da Covid, não estejam necessitando de leitos de enfermaria e de UTI, há um percentual de pessoas que precisam e isso faz com que o Estado retome algumas estruturas que foram montadas no decorrer dos últimos dois anos para auxiliar. Então, nós temos separado dentro das nossas unidades algumas estruturas exclusivas para esses pacientes para esses pacientes.
Além do avanço dos casos de gripe no estado, ainda há o registro de enchentes pelo estado. Quais ações da saúde estão articuladas nessas cidades?
Em relação às enchentes o fato que gerou uma maior preocupação foi no início da semana passada uma enchente grande na cidade do Mirador no rio Itapecuru. O governo do Estado prontamente e o mais rápido possível entrou com todas essas estruturas de Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e diversas secretarias para auxiliar o município já que teve um regime de catástrofe dentro da cidade.
O governo fez isso com muita urgência e está até o dia de hoje oferecendo alguns serviços no sentido de auxiliar a Prefeitura Municipal, os órgãos do município para que o município saia mais rapidamente desse regime de urgência. Continuamos auxiliando outros municípios que também indicaram algum tipo de urgência no sentido de enchente. Dou como exemplo a cidade de Imperatriz, a cidade de Colinas, Grajaú que estamos reunindo e acompanhando os órgãos municipais, atentos para qualquer tipo de anomalia de urgência que precise que o Estado faça e exerça a mesma força que exerceu no município de Mirador.