O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desponta como líder em todos os cenários de segundo turno para as eleições presidenciais de 2026, segundo a mais recente pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (12). O levantamento foi realizado entre os dias 4 e 9 de dezembro, com entrevistas presenciais feitas com 8.598 participantes, e tem margem de erro de um ponto percentual para mais ou para menos.
Apesar da liderança, a pesquisa aponta que 52% dos entrevistados sabem que Lula não disputa um quarto mandato. Esse índice é menor do que o registrado em levantamentos anteriores, como o último, em que 56% expressaram essa opinião.
Lula liderou cenários com e sem Bolsonaro
Nos cenários mais prováveis para o segundo turno, caso Jair Bolsonaro (PL) permanecesse inelegível, Lula venceria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por 52% a 26%. Contra o ex-presidente Bolsonaro, o petista também liderou, com 51% contra 35%.
Lula também superou Pablo Marçal (PRTB) e Ronaldo Caiado (União Brasil). Contra o influenciador digital, o placar seria de 52% a 27%. Já diante do governador de Goiás, declarado inelegível na quarta-feira (11) por abuso de poder político, Lula obteve 54% dos votos, contra 20%.
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Cenários com Fernando Haddad
Se Lula optar por não concorrer, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), surge como o principal nome do governo para 27% dos entrevistados. Ele também liderou contra os mesmos adversários, embora com menor margem. Em uma disputa contra Tarcísio, Haddad teria 44% dos votos, ante 25% do governador paulista. Contra Bolsonaro, Haddad teria 42%, enquanto o ex-presidente alcançaria os mesmos 35% que obtém em um confronto direto com Lula.
Haddad ainda venceria tanto Marçal quanto Caiado em simulações de segundo turno. O cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest, destaca que a maior desvantagem de Haddad em relação a Lula está na exclusão: 52% afirmam que não votariam no ministro da Fazenda, ante 45% de exclusão ao atual presidente.
Avaliação do governo e desafios à reeleição
A avaliação do governo Lula, prevista para completar dois anos, permanece estável. Segundo o levantamento, 33% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 31% a classificam como ruim ou péssima, e 34% como regular. Apenas 2% não sabiam ou preferiam não responder.
O segundo ano do governo foi marcado por bons indicadores econômicos, mas também por ruídos políticos, erros de comunicação e pessimismo no mercado financeiro, o que pode ter contribuído para o alto índice de exclusão à ideia de uma nova candidatura de Lula.
Oposição fragmentada e Michelle Bolsonaro em destaque
Entre os nomes da oposição, Michelle Bolsonaro aparece como preferida para representar a direita caso Jair Bolsonaro continue inelegível. A ex-primeira-dama tem 21% de apoio, seguida por Pablo Marçal (18%) e Tarcísio de Freitas (17%).
Felipe Nunes observa que os candidatos de direita enfrentam um desafio adicional: falta de conhecimento entre o eleitorado. Haddad, por exemplo, é conhecido por 80% dos entrevistados, enquanto Tarcísio é conhecido por 55%.