Em seu artigo quinzenal na revista Carta Capital, o governador do Maranhão Flávio Dino criticou o descaso do governo federal com a Cultura. Lembrou as ações que vem fazendo de apoio ao setor, com base na Lei Aldir Blanc, aprovada pelo Congresso Nacional. “Foi uma medida importante, que quebrou a inação e descaso do governo federal em relação ao setor, inclusive com a absurda extinção do Ministério da Cultura”.

A pandemia tem castigado especialmente os artistas, afirmou Dino. “Todos nós tivemos nossas vidas transformadas pela pandemia. Crianças, idosos, jovens. Até quem incrivelmente ainda hoje duvida da gravidade da doença já sofreu seus efeitos indiretos. É difícil aferir quem teve sua vida mais afetada. Mas certamente, como segmento social e econômico, um dos mais impactados é a Cultura”. Segundo ele, “as necessárias medidas preventivas para resguardar a Saúde reduzem as possibilidades até então mais comuns de fruição cultural. Shows, apresentações teatrais, salas de cinema, festas populares, a maior parte dessas atividades está suspensa para evitar aglomerações e a propagação do vírus. Infelizmente, a pandemia está asfixiando o setor. E cabe ao Estado agir em nome da sociedade pela preservação desse segmento, que é um patrimônio do país”.

O Governo do Maranhão fez editais para trabalhadores da Cultura, incluindo todos os segmentos artísticos, artesãos, escritores e produtores culturais. A nossa Secretaria de Estado da Cultura repassou R$ 34 milhões por meio dos editais da Lei Aldir Blanc. Com recursos estaduais, Dino criou um auxílio emergencial para a classe artística este ano e, desde 2020, criou o programa Conexão Cultural, que já está em sua 4ª edição. Por edital, o Conexão seleciona produções artísticas inéditas, disponibilizadas em plataformas digitais. O valor estadual investido, nos quatro editais e nos auxílios emergenciais, chegou a R$ 5,3 milhões.

“Esses valores têm efeitos multiplicadores, pois evidentemente os profissionais da Cultura, com seus gastos pessoais, impulsionam uma vasta rede de comércio e serviços. Essa compreensão é muito importante, inclusive à vista dos vulgares ataques às políticas culturais, como se fossem desperdícios”, diz Dino.

Economia da Cultura

O governador afirmou em seu artigo que, além de importante valor imaterial, a Cultura cria empregos e movimenta a economia. Estudo da UFRGS estimou que a Cultura foi responsável por cerca de 4% do PIB em 2010. A PNAD de 2018 registrou 5 milhões de brasileiros vivendo de atividades vinculadas ao meio cultural – o que correspondia a mais de 5% de todas as pessoas ocupadas naquele ano no Brasil.

“Além disso, a Cultura é um importante motor para o turismo. Quando estive à frente da Embratur no governo Dilma, pude observar isso de perto”. Dino afirma que a diversidade cultural brasileira é um forte atrativo turístico que diferencia o nosso país de outros destinos de sol e praia no mundo. E que no governo do Maranhão, tem trabalhado a promoção do São João como mote para atração de turistas.

“Agora em junho seriam os festejos. Quem é do Nordeste, à medida que maio vai terminando, já começa a sentir os cheiros dos arraiais e ouvir os seus sons tão peculiares. É colossal a perda para toda a economia nordestina com o necessário cancelamento do São João”, lamenta.