Flávio Dino, governador do Maranhão. Foto: Reprodução
Flávio Dino, governador do Maranhão. Foto: Reprodução

Flávio Dino, governador do Maranhão, afirmou durante entrevista ao programa Ponto a Ponto, apresentado por Monica Bergamo e Antonio Lavareda na BandNews TV, que o presidente Jair Bolsonaro busca deslegitimar instituições internamente. Dino ainda disse acreditar que um eventual golpe teria apoio de alguns setores das Forças Armadas.

“A história brasileira, infelizmente, não autoriza um pensamento mais otimista quanto ao ethos legalista das Forças Armadas. Desde sempre, no Brasil, houve, infelizmente, essa presença exacerbada do fator militar na vida institucional civil, a chamada tutela militar”, destacou Flávio Dino.

Ainda durante a entrevista, Dino explicou que enxerga um golpismo processual que pode conduzir a uma tentativa aberta de golpe. “(Os militares) podem ser levados a uma aventura, sim. Não todas as Forças Armadas, todos os militares, mas setores podem, sim, aderir a este intento inconstitucional, golpista, a outros setores sociais que hoje são muito atraídos por essa visão belicista, militarista, que o Bolsonaro representa. Vejo um golpismo processual, que busca a deslegitimação das instituições por dentro, que pode – dependendo a conjuntura – levar até a uma tentativa aberta de golpe”, enfatizou.

Segundo Dino, Bolsonaro protagonizou “um catálogo inesgotável” de crimes à frente da Presidência da República, crimes de responsabilidade e improbidade administrativa.

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O governador do Maranhão enfatizou que Jair Bolsonaro não pode ter uma disputa eleitoral em condições normais, por isso tenta deslegitimar o processo eleitoral e vencer as eleições na violência.

“O Bolsonaro não pode ter uma disputa eleitoral em condições normais. Ele sabe disso (…). Qual é o objetivo disso? Ele não tem prova alguma (de fraudes eleitorais). O objetivo dele é apenas tumultuar para tentar vencer as eleições no grito, na marra, na violência. Ou, se perder, o que eu considero a hipótese mais provável, ter uma narrativa ou mesmo fazer uma virada de mesa”, afirmou.