Em resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), no fim da segunda-feira (10), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou à Corte que disponibilizou ao governo do Maranhão amplo acesso aos autos do processo administrativo” a respeito da importação da vacina russa Sputnik V.
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Na tarde da segunda, atendendo a um pedido do estado, o ministro Ricardo Lewandowski estabeleceu que a Agência detalhasse, em um prazo de 48 horas, os documentos faltantes para a análise de importação do imunizante fabricado pela Rússia.
Entenda impasse sobre o uso da Sputnik V
No final de março, Lewandowski já havia autorizado vários estados a adquirirem, automaticamente, a Sputnik em um prazo de 30 dias – ou seja, a partir do final de abril – se a Anvisa não tomasse decisão sobre os pedidos de importação.
No último dia 26, porém, a diretoria da agência rejeitou os pedidos por unanimidade, alegando falta de informações para garantir a segurança, a eficácia e a qualidade das vacinas.
Em seguida, o governo do Maranhão cobrou da Anvisa os relatórios técnicos que embasaram a rejeição e enviou à agência um conjunto de documentos que comprovariam a viabilidade dos imunizantes.
O Brasil tem duas negociações paralelas com o instituto russo Gamaleya, fabricante da vacina, para obter a Sputnik: uma do Ministério da Saúde, que prevê a compra de 10 milhões de doses, e outra dos governadores, com mais de 60 milhões de doses.
A Sputnik V é a aposta de vários estados do Nordeste e do Norte do Brasil para ampliar a vacinação contra a Covid-19. O imunizante já é utilizado em 64 países do mundo. Cientistas russos apontam que a vacina tem eficácia de 97,6% contra a Covid-19, enquanto os resultados de um estudo publicado na revista médica The Lancet indica taxa de eficácia é mais alta que a de 91,6%.