O governo do Maranhão, comandado por Flávio Dino (PCdoB), voltou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir que Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprecie com “urgência excepcionalíssima” – em até sete dias – a nova documentação sobre a vacina russa Sputnik V. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (7), na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
Esta é a segunda tentativa do governo maranhense de garantir a compra do imunizante. Em março, o STF estabeleceu prazo de um mês para que a Anvisa decidisse sobre a importação emergencial das doses e caso o tempo fosse ultrapassado, o Maranhão poderia comprar e distribuir as vacinas sem a autorização da agência.
O órgão obedeceu a determinação no prazo estipulado, mas no dia 26 de abril vetou os pedidos de importação excepcional e temporária de 66 milhões de doses da vacina adquiridas pelo Consórcio Nordeste, alegando falta de documentos que comprovassem a eficácia e a segurança do imunizante.
Sputnik V e o silêncio da Anvisa
O Maranhão, então, pediu acesso aos relatórios técnicos que embasaram a decisão da Anvisa para poder esclarecer as dúvidas da agência, mas não obteve resposta. Ainda assim, o estado enviou ofícios com esclarecimentos sobre o imunizante. O Maranhão teria direito a 4,5 milhões de doses, que seriam entregues ao estado entre abril e julho deste ano.
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Entre os documentos enviados desta vez estão correspondência do Instituto Gamaleya, que fabrica a Sputnik V, negando afirmações de diretores da Anvisa sobre a segurança da vacina. Há também um parecer do médico Amílcar Tanuri, doutor em genética e virologia e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Alegando o silêncio da autarquia’ diante dos novos dados apresentados, o estado do Maranhão pediu ainda que o ministro Ricardo Lewandowski dê um novo prazo para que ela se manifeste.
Segundo o Instituto Gamaleya, o uso da Sputnik V foi aprovado em 64 países do mundo até agora.