Em um cenário de escalada de violência política e tensões durante o período eleitoral, Carla Franco, secretária de Juventude licenciada de Grajaú e candidata nas eleições municipais, relatou ter sido perseguida e intimidada por homens armados. O incidente, descrito como um dos momentos mais assustadores de sua vida, aconteceu enquanto Carla realizava uma vigília contra a compra de votos, prática que, segundo ela, é recorrente na cidade. O evento é mais um entre as denúncias de coerção eleitoral que vêm se acumulando durante a disputa pela prefeitura.
No relato, Carla Franco explicou que estava acompanhada de amigas e um colega em seu carro quando perceberam que estavam sendo seguidos. Ao tentar parar para dialogar, homens armados desceram de três veículos e, em tom ameaçador, exigiram que ela abrisse as portas de seu carro. “Eles apontaram a arma, nos intimidaram com luzes nos olhos e exigiam ver o interior do carro como se fossem a polícia, apesar de não terem autoridade para isso,” afirmou Carla.
A situação foi ainda mais agravada pela presença de Artuzinho, assessor de Marinaldo do Gesso, candidato à prefeitura, que estaria envolvido em apostas ilegais sobre o resultado das eleições. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu formalmente a prática de apostas eleitorais este ano para manter a integridade do pleito, mas relatos indicam que Artuzinho estaria promovendo essas apostas publicamente, algo que é considerado uma tentativa de manipulação e influência sobre o eleitorado.
Após o episódio de intimidação, Carla procurou ajuda da polícia, que a orientou a registrar um boletim de ocorrência, mas informou que pouco poderia fazer para garantir a segurança da candidata. “Eu nunca tinha me sentido tão desprotegida como cidadã. Esses indivíduos agem impunemente, tentando silenciar e intimidar quem não se alinha aos interesses deles,” desabafou Carla, emocionada.
Durante o relato, Carla Franco destacou que um dos homens armados envolvidos na perseguição seria conhecido como Guigui, figura associada à campanha de Marinaldo do Gesso. Segundo Carla, Guigui teria descido do carro com uma arma em punho, ameaçando ela e seus acompanhantes enquanto tentava abrir a porta do veículo em que estavam. A presença de armas e o comportamento agressivo intensificaram o medo do grupo, levando Carla a descer do carro para provar que nada ilícito estava sendo transportado, na tentativa de preservar suas vidas. Em resposta ao incidente, a Secretaria de Segurança Pública já iniciou as investigações e atua no caso, com o objetivo de identificar os responsáveis e garantir a segurança dos envolvidos na disputa eleitoral.
O caso coloca em evidência a preocupante violência política em Grajaú, onde o direito dos cidadãos de participar de eleições livres e seguras está sendo ameaçado. Carla pediu aos eleitores que reflitam sobre a gravidade das ações de coerção e violência e as consequências de permitir que candidatos e assessores envolvidos nessas práticas assumam posições de poder. “Grajaú não merece viver sob o medo e a violência que vimos nesta eleição,” finalizou.