Passadas mais de 72 horas, o ainda presidente Jair Bolsonaro (PL) não apareceu para condenar os atos de violência e terrorismo doméstico, após a prisão no último sábado (24) do paraense George Washington Sousa, 54 anos, suspeito de tentar explodir um caminhão de combustível, no aeroporto de Brasília.
O silêncio presidencial é o mesmo de quando da baderna que ocorreu no centro de Brasília, há duas semanas, ocasião em que bolsonaristas incendiaram carros e ônibus e tentaram invadir a sede da Polícia Federal.
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O cenário de insegurança na Capital, a seis dias da posse de Lula, mobilizou, nesta segunda (26), o entorno do presidente eleito e da Secretaria de Segurança Pública do DF, para reforçar a segurança do evento que promete reunir ao menos 300 mil pessoas, na Esplanada dos Ministérios.
Autoridades envolvidas na posse presidencial vão se reunir nesta terça-feira (27) para rever os planos para o evento. A tentativa de atentado terrorista aumentou a pressão sobre o Exército, que vem sendo cobrado para desmobilizar as manifestações instaladas em frente a quartéis, em todo o Brasil. A reunião ocorrerá no Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal.
Diante de fatos tão graves, o silêncio de Jair Bolsonaro agrava ainda mais a situação e cria um clima de desordem no país. Isso tem forçado o governo de transição, por meio do ministro da Justiça indicado, Flávio Dino (PSB), de conduzir o diálogo com as forças de segurança do DF a fim garantir que a posse seja realizada com paz e tranquilidade.
Dino cobrou que o atual governo já tome providências para encerrar os acampamentos organizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em frente a quartéis do Exército.
“Estamos diante de uma espécie de esconderijo de pessoas com más intenções, maus propósitos, e que põe em risco as próprias Forças Armadas”, disse o futuro ministro.