O Ministério Público negou que tenha emitido recomendação proibindo apresentação de tambor de crioula, assim como de qualquer outra manifestação cultural, no Mercado das Tulhas, conforme diz em nota a Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento – Semapa.
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O MP observa que só pode se manifestar sobre o caso depois do resultado da vistoria na Feira da Praia Grande, que será realizada pelo Corpo de Bombeiros nesta terça.
No comunicado distribuído à imprensa, a Semapa afirma que é “do Ministério Público do Maranhão a recomendação para que não sejam realizados eventos no interior do Marcado das Tulhas”.
Na última sexta-feira, a gestora do Mercado das Tulhas, Patrícia Brandão, fez uso da força policial para interromper a tradicional apresentação de um grupo de tambor de crioula.
Em entrevista à TV Mirante, a funcionária da Semapa, além de dizer que cumpria determinação do MP, revelou desconhecer o público que acompanha as apresentações de tambores em São Luís.
“Vai ser feita uma vistoria, que foi o que a promotoria pediu, para que fosse feita uma análise para saber se vai ter como liberar. E a partir daí, a gente vai fazer essa realização de pequenos eventos dentro do mercado, sem tanta aglomeração. Porque o mercado das tulhas não tem realmente como comportar multidões e tudo”, conjectura.
Tanto Patrícia Brandão, como a própria Semapa não apresentaram documento com a referida recomendação do MP.
Ou será que o Ministério Público faz recomendações de boca?
Bem que poderia ser verdade, o tambor de crioula ser um grande evento, uma grande atração capaz de reunir uma multidão.
Recorrer a esse tipo de argumento falacioso para justificar a proibição e o uso da força policial, é tentar mascarar o racismo por trás da decisão da prefeitura municipal de São Luís.