
Filiada recentemente ao PSB, a ex-prefeita de Urbano Santos, Iracema Vale afirma em entrevista ao Diário 98 que o vice-governador Carlos Brandão reúne hoje as características ideais para ser o próximo governador. Pré-candidata a deputada estadual, Iracema se compromete a atuar na Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) por uma maior integração entre cidades do Baixo Parnaíba a Barreirinhas.
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Questionada sobre a eleição presidencial, Iracema, que foi filiada ao PT antes de integrar o ninho pessebista, é categórica em apontar Lula como o nome certo.
Confira abaixo os principais pontos da entrevista:
D98: O PSB tem recebido diversos novos filiados nestes últimos meses, principalmente agora durante a janela partidária. Como você tem percebido esse novo momento do partido no Maranhão?
Iracema Vale: Eu milito há muito tempo nesse campo da esquerda e o PSB soube se posicionar. Ele não radicalizou. O PSB a meu ver se torna um partido mais leve para nós que militamos na esquerda e nessa atual circunstância que o país atravessa. A sigla cresceu bastante. Inclusive saí do PT e estou no PSB muito satisfeita em compor o partido agora.
D98: O vice-governador Carlos Brandão reúne quais características para a disputa ao governo do Maranhão?
O Brandão é municipalista. Ele é um político que tem muita credibilidade, principalmente junto à classe política. Ele é progressista, uma pessoa comprometida com as causas sociais. Então a meu ver ele reúne todas as características para ser um grande governador.
D98: A senhora tem uma experiência de prefeita e agora pretende concorrer a um cargo de deputada estadual. Que prioridades emergenciais seriam o foco da sua atuação parlamentar como deputada estadual?
Eu milito numa região bem carente do meu município, que é o Baixo Parnaíba, e lá carecemos também dessa representatividade feminina na Assembleia. A gente, além de ser mulher e enfermeira, quer levantar a bandeira da região, uma das regiões mais sofridas no Estado.
Nós temos sonhos… Nosso município é vizinho de Barreirinhas, onde fica um dos maiores cartões postais do Brasil (os Lençóis Maranhenses). E a gente, mesmo perto, é distante, não consegue se integrar. Por exemplo, não temos uma estrada de acesso entre as duas cidades. Estamos perto de uma maravilha nacional e a população não usufrui. Temos que nos integrar mais, se identificar mais como região.
Eu quero trabalhar para a região, integrar Urbano Santos, Belágua, São Benedito do Rio Preto, Chapadinha e o leste do Maranhão. Eu penso nessa integração como uma identidade enquanto região. Acredito nessa unidade, inclusive para crescermos economicamente.
D98: Para o Maranhão, Lula ou Bolsonaro representam o futuro do Estado?
Lula!
D98: Por que?
Eu tenho 54 anos e faço política há 30 anos. Sou da época da lamparina, nos povoados. Uma época de grande dificuldade de acesso ao ensino. E eu vi acontecer essa mudança no meu município através dos programas sociais que o Lula, que eu acho muito maior do que o PT, trouxe para dentro da minha comunidade: o Luz para Todos.
Hoje, em Urbano Santos tem vários cursos de nível superior. Quase 80% dos nossos professores fizeram o ensino superior em convênio com universidades, a UFMA, a UEMA. Fora isso, muitos filhos de Urbano Santos são médicos, dentistas, o que dá muito orgulho de dizer. São maranhenses que tiveram mais acesso por conta do Prouni. A gente que viveu sabe o que era antes e as melhorias que vieram por intermédio do governo Lula.
Fui vereadora por dois mandatos, perdi uma eleição para prefeita, depois fui prefeita por dois mandatos consecutivos. Hoje tenho o apoio de vários prefeitos, me sinto preparada para a disputa de deputada estadual. E se depender de mim o Brandão será o próximo governador do Maranhão.
D98: Como integrar mais mulheres na política?
Estamos vendo várias tentativas, principalmente no sistema de cotas, em 30% para preenchimento das vagas. Mas ainda estamos muito longe de ter uma igualdade, paridade. Porque a mulher se ocupa também com infinitas atividades. Mas confio que com o tempo as coisas vão melhorando. Aliás, eu sou fruto disso, dessa luta por espaço das mulheres. Não é fácil, nunca foi. A gente enfrenta todo dia um preconceito disfarçado. É difícil ver uma mulher perfeita, mas precisamos mudar isso sempre e ampliar os espaços da política.