A monumental estátua da liberdade e a fachada imitando a Casa Branca cravadas no Centro Histórico de Blumenau, em Santa Catarina, foram ignoradas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que aprovou a instalação de uma unidade da Havan, e virou alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF).
Segundo informações da Folha de S.Paulo neste domingo, o MPF aponta que as características arquitetônicas da loja de Luciano Hang, o véio da Havan, destoam de dois bens tombados na cidade: a Igreja Luterana do Espírito Santo e o Museu da Família Colonial.
Em 15 de dezembro passado, Jair Bolsonaro (PL) afirmou durante reunião na Fiesp que demitiu a direção do Iphan porque os servidores paralisaram uma obra da loja Havan, de seu amigo Luciano Hang, após encontrarem azulejos antigos nas escavações.
Após a declaração de Bolsonaro, o MPF entrou com ação pedindo a apuração da interferência do presidente no órgão e o afastamento da presidenta nomeada por ela, Larissa Rodrigues Peixto Dutra.
A nomeação dela para a presidência do Iphan já era alvo de Ação Popular, apresentada em 2020 pelo deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ), por desvio de finalidade de falta de capacitação técnica para assumir o cargo.
A ação no Supremo Tribunal Federal (STF) será relatada por André Mendonça, que foi alçado à corte após adular Jair Bolsonaro por três anos no governo.
Este não é o primeiro episódio envolvendo as lojas de Hang e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O órgão é alvo constante de ataques do presidente Jair Bolsonaro, que admitiu ter exonerado servidores em benefício do empresário.
Uma outra loja da rede, inaugurada em julho do ano passado na cidade de Rio Grande (RS), ficou famosa no início de 2020, quando Bolsonaro disse que o Iphan teria travado a obra porque foi encontrado um “cocô petrificado de índio ” no terreno. Eram descobertas arqueológicas.
Com informações da Revista Fórum e jornal Folha de São Paulo