Foto: © Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O governo Bolsonaro, através do Ministério da Economia, aumentou a estimativa para inflação em 2021 e 2022, é o que aponta o Boletim Macrofiscal divulgado nessa quarta, 17, pela Secretaria de Política Econômica (SPE).

A estimativa para a expansão da economia também registrou queda, passou de 5,3% para 5,1% neste ano. Para 2022, a equipe econômica espera que o PIB avance 2,1%, ante alta de 2,5% projetada anteriormente.

“O principal fator interno para redução das estimativas de atividade é a deterioração das condições financeiras locais. Observou-se, nos últimos meses, elevação mais intensa da parte longa da curva de juros”, apontou o governo.

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Já nos fatores externos, o governo indica uma piora do cenário econômico e a quebra de cadeias produtivas como desafios para a economia. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a escalada dos juros em outubro ao acrescentar 1,5 ponto e elevar a Selic a 7,75% ao ano. Para reunião de dezembro, há uma indicação de aumento da mesma magnitude, fechando a taxa a 9,25% ao ano.

Para 2022, o mercado estima que o BC deve seguir a alta nas primeiras reuniões do próximo ano, a taxa de juros deve subir para acima de dois dígitos já no primeiro trimestre. O Banco Central reconhece que a estratégia deixa a Selic em campo contracionista, quando os juros prejudicam o desenvolvimento da atividade econômica.

Essas perspectivas para a economia levou o mercado financeiro a rever para baixo a expectativa do PIB deste ano para alta de 4,88%. Para 2022, a estimativa também foi rebaixada, passando para avanço de 0,93%.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou recuo de 0,27% em setembro, na comparação com agosto. Esse foi o segundo mês seguido que o indicador apresenta queda. Caso os dados se confirmem, será o segundo trimestre seguido de queda no PIB brasileiro em meio ao aumento do risco fiscal e da inflação, que impactam diretamente na alta dos juros.

Devido a isso, a economia encolheu 0,1% no trimestre encerrado em junho, após registrar alta de 1,2% entre janeiro e março.