A denúncia de pagamentos irregulares mensais de até R$ 296 mil a políticos e servidores ligados ao Ministério da Saúde será o foco de uma nova linha de investigação da CPI da Covid.
Segundo revelou o Uol nesta segunda (19), o suposto esquema mensal de propina, que teria começado em 2018 na gestão de Ricardo Barros na Saúde, com previsão de durar cinco anos e que foi denunciado por uma ex-servidora da pasta, foi discutido em uma reunião de senadores independentes e da oposição feita em 6 de julho, um terça-feira, na casa de Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão.
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Segundo membros da CPI o esquema foi implantado quando Ricardo Barros – atual líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara – extinguiu a Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), empresa estatal responsável pela distribuição de vacinas.
No lugar da Cenadi, Barros assinou um contrato por 5 anos por um valor total de R$ 592.733.096,15 com a empresa VTC Operadora Logística Ltda, conhecida como VTCLog. Na negociata feira por Barros, a VTCLog se comprometeria a desviar 10% do valor para pagamento da propina.
O valor do contrato renderia por mês cerca de R$ 990 mil aos envolvidos, sendo 10% (R$ 99 mil) para Roberto Dias, ex-diretor de Logística, e o restante dividido entre Barros e os outros dois envolvidos, que não tiveram os nomes divulgados.