O desmatamento na Amazônia Legal atingiu, em abril 2021, o pior índice para o mês já registrado desde o início da série histórica em 2015, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em nota, o Observatório do Clima, rede de 56 organizações da sociedade civil, afirma que a alta no desmatamento vista em abril desmente o governo Jair Bolsonaro.
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
“Os novos dados desmentem o governo federal, que comemorou a queda de cerca de 15% nos alertas verificada entre agosto de 2020 e abril de 2021 (em relação ao mesmo período anterior), como resultado da ação do Exército na Amazônia“, diz o observatório.
Fiscalização paralizada
O Observatório do Clima aponta alguns motivos para essa alta. “A fiscalização do Ibama está parada devido a mudanças impostas por Ricardo Salles [ministro do Meio Ambiente] nos procedimentos de autuação”, diz a organização.
Eles ainda ressaltam que “o processo de punição a crimes ambientais também foi inviabilizado pelo ministro. E sinalizações de que o crime compensa vêm se repetindo em atos como a investida do ministro do Meio Ambiente contra uma operação de apreensão de madeira da Polícia Federal”, afirmam em nota compartilhada à imprensa.
Promessas vazias
No dia 22 de abril, o presidente prometeu, em Cúpula sobre o Clima, combater o desmatamento. Porém, o presidente Jair Bolsonaro aprovou um corte de 24% no orçamento do meio ambiente para 2021 em relação ao ano passado, segundo dados oficiais divulgados em 24 de abril deste ano, apenas um dia depois de ter prometido aumentar os gastos com combate ao desmatamento.