De acordo com a jornalista Malu Gaspar de O Globo, na tarde da última quinta-feira, 20 integrantes da comissão especial do voto impresso aprovaram uma autoconvocação do colegiado. A comissão é composta por 34 membros.
O planejamento é submeter o projeto que implementa o voto impresso à comissão nesta sexta-feira e derrotá-lo ainda antes do início do recesso, neste sábado.
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Após isso, querem nomear novo relator, desta vez, contrário ao voto impresso em 2022, para produzir um novo documento e encerrar o assunto. Sem a aprovação da comissão, o projeto do voto impresso não pode ir à Câmara.
O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) disse que “não digo que é ruim, sou até a favor, mas não dá tempo para o ano que vem”. Além dele, um dos deputados que participaram da articulação afirmou que a ideia é encerrar a discussão do voto impresso e seguir em frente.
Inclusive, o deputado maranhense foi o líder da autoconvocação e teve adesão de membros de 12 legendas. Juntou MDB, PT, PSDB, PDT, Solidariedade, PC do B, PV, Republicanos, PSOL, DEM, PSD e até o Patriota, partido em que Bolsonaro cogita se filiar para tentar reeleição.
Semana passada, o presidente da República chegou a dizer que “sem voto impresso não terá eleição em 2022”. Logo após, voltou atrás e deu outra versão à frase, dizendo que só a impressão na apuração garantirá a integridade necessária para considerar o pleito uma verdadeira eleição.
Essas declarações fizeram os líderes concluir que, se esperassem para decidir a questão depois do recesso, poderiam ser afetados por alguma ofensiva de ameaças e manifestações bolsonaristas. “Vai ter eleição sim, e com urna eletrônica”, diziam os deputados do grupo anti-voto impresso nos corredores do Congresso.