Francimar Melo apoia Brandão
Para o presidente do PT no Maranhão, o apoio do partido a Carlos Brandão está pavimentado e só falta homologar decisão entre o diretório estadual. Foto: PT/Maranhão

Presidente do PT no Maranhão, Francimar Melo afirma que o partido está alinhado e unido em torno da candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) ao governo do Estado e de Flávio Dino (PSB) ao Senado Federal. O líder partidário diz ver com naturalidade dissidências de militantes que porventura escolham outra candidatura, mas pondera que o diretório com poder de voto está afinado com a candidatura brandonista. “A aliança está bem pavimentada. Falta só homologar”, assegura.

Em entrevista exclusiva ao Diário 98, Francimar diz que o PT ficou assustado com a retirada, por parte do senador Weverton Rocha (PDT), da assinatura em apoio à CPI do MEC, gestada no Senado para investigar suspeitas de corrupção em verbas federais destinadas a municípios.

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O líder petista no Maranhão discorre ainda sobre os planos do partido em 2022, da necessidade de eleger Lula presidente e de formar uma bancada forte de deputados federais que dê sustentação ao projeto progressista de Lula em Brasília.

Diário 98 – O PT está rachado, conforme tem divulgado uma boa parte da mídia ligado ao senador Weverton?

Francimar Melo – Não procede. Primeiro porque nós estamos construindo, com as forças políticas internas do PT, uma posição de maioria muito consolidada. Então essas desinformações que têm chegado a algumas mídias são direcionadas por uma minoria de dissidentes que estão declarando apoio a uma certa pré-candidatura e tem divulgado matérias que não procedem.

Hoje nós temos uma posição que ainda não está oficializada dentro do partido. É de conhecimento que o PT tem uma definição do encontro de tática, e nesse encontro de tática se consolida a posição de que a maioria definiu. Hoje a posição nossa está bem consolidada, de apoio à candidatura do PSB, que é do nosso governador Carlos Brandão.

Então, não há procedência nessa informação. Até porque a maioria dos que estão falando nesse sentido, que são militantes do PT, não participam da instância partidária, não estão nem possivelmente na lista de delegados para votarem numa posição interna. Agora, obviamente a polarização em torno das pré-candidaturas que estão aí, qualquer fato cria uma polarização.

D98 – O PT vai participar dessa chapa majoritária que tem Brandão como protagonista?

FM – Sim, o PT discutiu isso desde o ano passado, do final para o início do ano, no último dia de janeiro. Foi através da maioria das forças internas, e eu sempre coloco isso como uma força, porque isso não é deliberação à distância, mas é uma sinalização de apoio. Participar da aliança com o PSB aqui no Maranhão e compondo chapa, também pudemos expor as posições que nós colocamos quando estávamos dialogando com a pré-candidatura do Brandão e com o PSB.
Então, isso já está muito consolidado. Estamos na fase agora de indicação do nome. Tanto do PSB como do PT, já temos essa sinalização clara. A aliança está bem pavimentada. Falta só homologar.

D98 – E como você viu a retirada da assinatura do senador Weverton da CPI para investigar os desvios no MEC?

FM – Para nós, movimentos em que vão de encontro à posição clara que os trabalhadores e trabalhadoras nesse país têm enfrentado, qualquer movimento nos assusta. Nos assusta porque é preocupante quando o dinheiro dos nossos trabalhadores da educação são usurpados, e nós já vimos a queda do ministro em torno de denúncias, que são muito claras e fortes. E quando há essa movimentação no Congresso de investigar, apurar, de acompanhar, e há movimentos de parlamentares contra essa posição, assusta o partido, assusta a militância e assusta a população de modo geral. Porque primeiro temos que apurar se há indícios, e claramente o Congresso tem que cumprir esse papel.

Quando um parlamentar se posiciona contra, retirando seu nome, de fato nos assusta, porque nós sabemos qual é a função do Parlamento, a função dos nossos representantes é, de fato, ajudar a população a ter dias melhores.

Quando há indício de algo que não é isso, os nossos parlamentares que acompanhamos, que votamos para nos representar, não fazem movimentos dessa natureza, há certas preocupações, inquietações, que é o que está acontecendo aqui no estado do Maranhão e também dentro do partido. Por que retirou? Aí seria uma posição mais clara da parte do parlamentar dizer porquê fez essa movimentação. Então é preocupante para nós.

D98 – Na sua visão é possível ser bolsonarista em Brasília e lulista no Maranhão?

FM – Para nós há uma só bandeira. Não há como ter duas posições, porque isso mostra um equívoco muito grande, e nós estamos percebendo esse movimento há um bom tempo.

Há parlamentares que se posicionam lá no Congresso, em Brasília, nas suas relações, claramente uma atuação meio promíscua, duvidosa. Quando chega nos estados, aqui especificamente no Maranhão, ele por compreender e por entender que a base é lulista, a bandeira que levanta é uma bandeira de oportunismo.

Mas no submundo, nas relações, que é meio confusa, ele expõe claramente os rachas, que tem uma relação muito próxima do Palácio do Planalto, muito próxima das relações com esse desgoverno, com o presidente. Isso inquieta muito a nossa militância. Isso tem, de algum modo, deixado a base partidária muito insatisfeita. E isso, obviamente, contribui para a posição que nós estamos tomando aqui no Maranhão. Nós precisamos ter ações e parlamentares que tenham uma posição muito clara, tanto lá, como cá.

D98 – Qual é o projeto do PT para 2022?

FM – O PT do Maranhão tem um projeto muito claro. Eu tenho dito para a base partidária que nós precisamos fazer uma boa eleição em 22: eleger o presidente Lula para retomada do crescimento e desenvolvimento do nosso país. E que o povo maranhense tenha dias melhores, que tem sofrido muito. Por falta de oportunidade, por falta de políticas claras para a nossa população. A população do Maranhão tem passado necessidade, tem faltado o básico, porque não tem políticas públicas claras.

Além disso, a economia tem prejudicado muito nosso povo, principalmente os menos favorecidos. Então precisamos fazer uma boa eleição. Eleger o governador Carlos Brandão, que faz parte do nosso campo; eleger o nosso senador Flávio Dino, que tem sido o timoneiro nesse projeto dentro do estado, pelo trabalho que ele fez. Além de eleger uma boa bancada de deputados estaduais e federais. Precisamos dar sustentação ao governo que virá, que é o do governo do presidente Lula.

Porque o PT do Maranhão precisa, em 2024, eleger um número expressivo de vereadores, prefeitos e vice-prefeitos. Para que em 2026 o PT governe esse estado. Então nós temos um projeto a médio prazo, que é voltar a encantar os corações e a mente do povo maranhense.

O governador Flávio Dino governou com muita clareza, com políticas claras. O Brandão dará continuidade, mas eu tenho dito para esse estado que o Maranhão conseguirá obter êxitos significantes quando o PT governar esse Estado, porque conhece a realidade em todos os lugares e em todos os espaços.

Tem militantes, tem quadros que estão fazendo grandes lutas, e quando nós assumirmos o governo do Maranhão, nós vamos fazer um governo voltado, principalmente, para as famílias menos favorecidas. É quem mais precisa. Portanto, é continuar esse trabalho que o Flávio Dino fez, que o Brandão dará continuidade e o PT conseguirá selar um grande trabalho para o Maranhão. E aí eu sei que viveremos dias melhores para esse estado. Então, esse é o nosso projeto.