O pedido de cassação do prefeito Eduardo Braide, protocolado na Câmara de São Luís , acendeu um dos maiores confrontos políticos do ano. A denúncia — que acusa o prefeito de descumprir a lei do teto salarial e realizar cortes ilegais no funcionalismo — ganhou um novo peso depois do vídeo divulgado por Braide nesta quinta (3). Nele, o prefeito afirma que está sendo atacado justamente porque se recusou a aceitar o aumento do próprio salário, aprovado pelos vereadores. “Parece brincadeira, mas é verdade”, disse.

A partir daí, o clima saiu do controle.

Parlamentares ligados ao vice-governador e pré-candidato ao governo, Felipe Camarão, reagiram com força. E o tom foi bem mais duro do que o habitual. Camarão chamou o processo de “desastrado” e “sem fundamento”, acusando adversários de tentar vencer no tapetão o que não conseguem nas urnas.

O deputado federal Márcio Jerry classificou o pedido como “absurdo e bizarro”, sugerindo influência direta do Palácio dos Leões.


O deputado estadual Júlio Mendonça foi na mesma linha, chamando a denúncia de “esdrúxula” e perguntando publicamente quem está por trás da jogada.


O também deputado estadual Rodrigo Lago afirmou que cassar um prefeito sem crime comprovado “é tudo, menos democracia”.

Mas a fala mais explosiva veio do deputado estadual Carlos Lula, que apontou abertamente que o governo Brandão seria responsável por alimentar o episódio:
“O que estão fazendo com Eduardo Braide não tem nada de fiscalização. É manipulação precoce do processo político.”

Nos bastidores, a versão é praticamente a mesma: o movimento contra Braide teria sido articulado justamente agora porque o prefeito lidera as pesquisas para governador, cenário que preocupa — e muito — quem já planejava a sucessão estadual.

Com a votação marcada para terça-feira (9), São Luís entra em contagem regressiva. O que começou como uma denúncia técnica virou um duelo político de alto risco, com aliados e adversários jogando abertamente.

A pergunta que circula em todos os grupos políticos é a mesma:
querem cassar Braide por crime… ou por medo da eleição?