O governo do Maranhão volta a ser alvo de questionamentos após revelação da Coluna do Estadão. O Tribunal de Contas da União (TCU) cobrou explicações sobre duas licitações suspeitas de beneficiar a construtora Vigas Engenharia, ligada à família do governador Carlos Brandão (PSB). Apesar da exigência formal, a gestão estadual não apresentou os documentos solicitados, limitando-se a negar irregularidades.
A Vigas Engenharia, sediada em Colinas – cidade natal do governador – recebeu cerca de R$ 134 milhões em contratos celebrados entre 2022 e 2023. Em um dos processos, apenas a empresa participou; em outro, nove concorrentes foram eliminados, levantando suspeitas sobre direcionamento.
Entre os indícios levantados pelo TCU e pelo Ministério Público de Contas estão:
• Marcus Brandão, irmão do governador, usou um e-mail da empresa para acessar processo na Secretaria de Infraestrutura;
• Daniel Brandão, sobrinho do governador e presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), já advogou para a empresa;
• um representante da Vigas foi fotografado utilizando símbolos ligados à família Brandão.
Mesmo após ganhar mais prazo para resposta, o governo maranhense não entregou os processos de licitação. Em manifestação enviada ao TCU, limitou-se a dizer que as concorrências estavam sob responsabilidade de outros órgãos.
A postura do governo amplia a desconfiança pública e política. O silêncio sobre os contratos milionários contrasta com a gravidade das denúncias e reforça a necessidade de fiscalização independente.
A grande questão que permanece é: por que o governo Brandão evita apresentar os documentos que poderiam esclarecer as suspeitas?