Carlos Brandão vem montando, peça por peça, o roteiro do que pode ser o maior vexame político do Maranhão em 2026.
No centro dessa tragédia anunciada está Marcus Brandão, irmão e principal operador de bastidores do governo. É ele quem insiste, junto com o governador, em empurrar Orleans Brandão como sucessor natural, mesmo diante da inexperiência política gritante do sobrinho e do cansaço de uma população que já não demonstra entusiasmo com o Palácio dos Leões.
O governo Brandão é visto como municipalista, tem prefeitos amarrados pela força da máquina, mas falta popularidade genuína. A presença em inaugurações e convênios não se traduz em voto orgânico, porque falta carisma, falta discurso, falta identidade popular. Na base, os prefeitos balançam a cabeça em público, mas sabem que o eleitor não engole Orleans como herdeiro.
Enquanto Brandão fecha portas com a esquerda, o PT nacional, agora comandado por Edinho Silva, já sinalizou que seu candidato é Felipe Camarão, vice que faz seu próprio caminho e que, ao contrário de Orleans, tem cara, fala, base e o selo Lula.
Ao mesmo tempo, o PSB, nas mãos de João Campos, vai tirar o partido de Brandão para entregar ao grupo de Othelino Neto, aliado histórico de Flávio Dino, outro sinal de que Brandão vai ficando sozinho.
Na ponta da oposição, Eduardo Braide reina na capital, reeleito com folga, enquanto Lahesio Bonfim segue forte no interior, surfando o desgaste de um governo que não emociona ninguém.
E Brandão ainda insiste em bancar para o Senado nomes como Fufuca e Pedro Lucas, ambos de centro-direita, quando Lula precisa de dois senadores fiéis no Maranhão — um espaço que Eliziane Gama e Weverton Rocha já ocupam com folga. Sem Lula no palanque, Brandão perde o voto progressista.
Em resumo:
• Um governo municipalista mas impopular.
• Uma base de prefeitos que não garante voto espontâneo.
• Um sucessor inexperiente, vendido como “filho-herdeiro”.
• Um irmão que manda mais que o governador.
• Um palanque que não terá Lula, que é voto decisivo no Maranhão.
Se insistir nesse caminho, Brandão não só perde a eleição, ele assina sua biografia como o governador que transformou uma máquina poderosa em derrota humilhante. O vexame não é só possível. É quase certo.