O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) reagiu com ironia e indignação às declarações do secretário Rubens Pereira (Rubão), que tentou justificar o rompimento político entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o grupo foi liderado por Flávio Dino e pelo vice-governador Felipe Camarão (PT). Segundo Rubão, o impasse teria surgido quando Brandão tentou indicar o vice da chapa para 2026, mas foi contrariado pelos aliados.

A versão, no entanto, foi rebatida de forma direta por Jerry nas redes sociais. Para ele, a explicação não convence e tenta mascarar uma ruptura que partiu de uma escolha política do próprio governador. “A alegação do secretário Rubens Pereira para o rompimento do governador Carlos Brandão com seu vice Felipe Camarão e parte expressivíssima do grupo que o elegeu é tão absurda que de cara se apresenta como inverossímil. Ou como diz um amigo de Matões: ‘é menas verdade’. Ou na linguagem atual, é fake news”, publicou o parlamentar no X (antigo Twitter).

Márcio Jerry também saiu em defesa de Felipe Camarão, hoje vice-governador e um dos principais nomes do PT no Maranhão. Camarão é visto como aliado direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que segue no comando do país em seu terceiro mandato. A aliança com o governo federal e o fortalecimento do PT no estado dão ao vice uma presença política que vai muito além do Palácio dos Leões.

Jerry não esconde a insatisfação com o movimento de Brandão, que teria optado por se afastar de figuras chave que ajudaram a elegê-lo, como Camarão, Dino e o próprio PCdoB. A crítica é clara: ao invés de manter o campo político unido, o governador teria feito uma escolha pessoal e restrita, apostando em nomes como o do secretário Orleans Brandão (sobrinho do governador) como possível sucessor, movimento que vem sendo visto como uma tentativa de manter o poder dentro de seu seio familiar, inaugurando uma nova oligarquia no Maranhão.