Os dados da mais recente pesquisa realizada pela Luneta mostram um cenário nada confortável para quem ainda aposta no discurso de continuidade no Maranhão. De acordo com o levantamento, 63,41% da população maranhense quer uma mudança total na forma de governar o estado. Apenas 5,81% defendem que tudo continue como está. O recado é direto: a população quer virar a página.
Esse sentimento de insatisfação encontra eco na baixa avaliação do governo de Carlos Brandão, que tem apenas 4,55% de avaliação “ótima”, enquanto a avaliação “péssima” chega a 16,77%. Quando perguntados sobre a aprovação geral do governador, menos da metade da população aprova (41,4%), enquanto a desaprovação já encosta nos 40%.
Em paralelo, a tentativa do Palácio dos Leões de forçar a candidatura de Orleans Brandão encontra cada vez mais resistência — e não apenas nos bastidores políticos, mas na percepção do eleitorado. Orleans amarga apenas 3,40% das intenções de voto e tem índices altíssimos de desconhecimento, rejeição e desconfiança. É uma candidatura que não empolga, não cresce e que pode custar caro à base governista.
Insistir na ideia de continuidade, num cenário onde o desejo majoritário da população é por mudança, não é apenas erro de leitura política — é um risco eleitoral. E mais: os dados mostram que o apoio do próprio governador Carlos Brandão aumenta a chance de voto de apenas 22% dos entrevistados, um dos piores desempenhos entre os líderes avaliados.
Esse cenário desmonta qualquer estratégia que tente repetir a fórmula de 2022, baseada na força da máquina pública e nos acordos partidários de cúpula. A eleição de 2026 exigirá diálogo com o sentimento popular, com propostas novas e nomes que representem renovação de verdade — e não apenas a reprodução de sobrenomes conhecidos no poder.
O povo já deu seu veredito: não quer mais do mesmo. E quem insistir em ignorar esse recado pode entregar de bandeja o Palácio dos Leões a Eduardo Braide, que lidera com folga todos os cenários e já avança até no interior do estado. A insistência em nomes pouco viáveis e distantes da realidade do eleitor pode acabar transformando a sucessão de Brandão num fracasso anunciado.
É hora de o campo governista ouvir as ruas antes de ouvir os gabinetes. O Maranhão está pronto para mudar. A política precisa acompanhar.