Por Márcio Jerry, Deputado Federal (PCdoB-MA)

Pepe Mujica é um desses que o poeta Bertholt Brecht carimbou de “imprescindível”. Por lutar a vida inteira e por deixar exemplos insuperáveis de convicção, firmeza, ternura, desprendimento e coragem no exercício da política.


Ao longo de sua militância enfrentou adversidades monstruosas como a prisão e a tortura. Sofreu no limite da resistência humana, mas nunca deixou de ser porta voz de esperança, de fraternidade, de compromisso com um tipo de sociedade em que todos tenham oportunidades e possam conquistar o direito à felicidade.


As adversidades nunca o fizeram perder a esperança, tampouco tiraram a leveza de plasticidade poética no encaminhamento das lutas políticas e na proclamação de suas crenças ideológicas. Um militante, um guerrilheiro, um poeta, Mujica compõe-se nesse mosaico, nesse amálgama tão inspirador.


Ele disse:

“A utopia serve para nos guiar através da incerteza em que navegamos. Então não é mais uma utopia, tem o calor de ser um guia para a vida real. Não partimos para alcançar uma estrela, mas ela pode nos permitir caminhar com uma direção concreta aqui na Terra. É por isso que a utopia nunca está acabada, nunca é completa, nunca é perfeita.”


Dele recolho também nesse momento de partida a ideia de grandeza na condução da vida e de enfrentamento da morte, que encarou expressando serenidade:

“É preciso morrer. Pertencemos ao mundo dos vivos, nascemos destinados a morrer. Por isso a vida é uma aventura maravilhosa. Mais de uma vez na minha vida a morte rondou a cama, desta vez parece que vem com a foice em punho. Vamos ver o que acontece”.


Para nós que militamos caminhando pela margem esquerda da vida, que acreditamos na sociedade de iguais, que nos apegamos no fazer política ao que é bom, belo e justo, o Pepe Mujica será sempre um estandarte desfraldado em nossos corações, uma estrela apontando rumos.


Viva, viva, eternamente viva o revolucionário Pepe Mujica !

Artigo publicado originalmente em O Imparcial.