O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) disse que está se sentindo “mais abalado” na manhã desta segunda-feira (14 de abril), depois de passar cinco dias em greve de fome. Ele está protestando contra o processo de cassação do seu mandato, que está em andamento na Câmara dos Deputados.
Segundo um boletim divulgado pela sua equipe às 10h30, Glauber está recebendo mais cuidados médicos. Ele foi atendido por brigadistas da Câmara, está tomando água e isotônico, e tem acompanhamento de saúde duas vezes ao dia. Na última pesagem, continuava com 88,2 kg. “Estou bem. Um pouco mais abalado, mas estou bem”, disse ele a seus assessores.

Desde o dia 9 de abril, o deputado está dormindo no chão do Plenário 5 da Câmara, sobre um colchão cercado por mesas. No local, ele é acompanhado por sua equipe e apoiadores. Por enquanto, Glauber tem evitado falar com a imprensa. A próxima atualização sobre seu estado deve ser divulgada às 19h.
Nas redes sociais, Glauber escreveu:
“Estou há 5 dias e 7 horas em greve de fome. Não é um apelo individual para salvar meu mandato. É uma denúncia contra a perseguição de Arthur Lira e contra o orçamento secreto. Luto por dignidade. Estou com aqueles que não se dobram ao poder do dinheiro.”

O que motivou o protesto?
Glauber responde a um processo de cassação por um episódio ocorrido em abril de 2024. Na ocasião, ele teria agredido o youtuber Gabriel Costenaro, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL). O deputado diz que foi provocado e se sentiu ameaçado. Já Gabriel afirma que estava apenas almoçando quando foi abordado e expulso da Câmara aos pontapés.
Depois do caso, o partido Novo pediu oficialmente a cassação do deputado. O presidente da Câmara, Arthur Lira, encaminhou o pedido ao Conselho de Ética. Glauber acredita que está sendo perseguido politicamente por Lira, especialmente após ele e o PSOL entrarem com uma ação no STF que suspendeu a liberação de emendas parlamentares, que ficou conhecido como “orçamento secreto”.
O relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), deu parecer a favor da cassação, e o Conselho de Ética aprovou o texto por 13 votos a 5. Isso, no entanto, não significa que o mandato de Glauber está perdido — ainda cabe recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se o caso chegar ao plenário da Câmara, serão necessários pelo menos 257 votos a favor da cassação para que ela seja confirmada.