Artistas do Maranhão intensificaram cobranças ao governador Carlos Brandão e ao secretário de Cultura, Yuri Arruda, devido à demora na execução de recursos da Lei Paulo Gustavo. Com cerca de R$ 30 milhões ainda parados nos cofres da Secretaria de Estado da Cultura (SECMA), projetos já aprovados e realizados aguardam pagamento, deixando dezenas de profissionais locais sem pagamentos. Os valores, parte de um total de R$ 80 milhões alocados em 2023 e com um prazo final de execução até 31 de dezembro de 2024, agravando o temor de calote para dezenas de artistas.
A indignação é ampliada pela lembrança da polêmica frase do secretário, que afirmou que “não precisa entender de cultura para fazer gestão de cultura”. Para muitos, a fala reflete o descaso que culmina em atrasos recorrentes e dificuldades para o setor.
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A gestão de Yuri Arruda tem sido alvo de críticas não apenas pelo impasse na execução da Lei Paulo Gustavo, mas também pelo fechamento de espaços culturais, como a Casa do Maranhão, e pela precarização de outros, como o Centro de Criatividade Odylo Costa Filho. Denúncias sobre shows milionários e pagamentos antecipados a artistas nacionais, enquanto os locais enfrentam atrasos, alimentam a insatisfação. O governador Carlos Brandão, por sua vez, é cobrado pela falta de ação diante de uma crise que afeta a base cultural do estado, especialmente em um momento em que os recursos federais destinados ao fomento à cultura estão disponíveis, mas não chegam a quem de direito.
A inércia administrativa preocupa não só pela demora atual, mas também pelo impacto futuro, já que os artistas começaram a temer que a gestão do governo estadual repita os erros com a Lei Aldir Blanc. A mobilização nas últimas 24 horas nas redes sociais reflete a pressão crescente para que os líderes do estado priorizem a cultura, especialmente durante as festas de final de ano, que deveriam ser um momento de celebrações, e não de luta por direitos básicos.