Na manhã desta sexta-feira (22), a Polícia Federal deflagrou a Operação Clientelismo , que mira um esquema de transferência fraudulenta de domicílio eleitoral e compra de votos em Itaipava do Grajaú, cidade a cerca de 450 km de São Luís. A operação revelou uma rede de aliciamento envolvendo comunidades indígenas e moradores de áreas rurais.
Como funcionava o esquema
As investigações apontam que o grupo de crime focava na cooptação de deputados residentes na zona rural de Jenipapo dos Vieiras e Grajaú, com destaque para indígenas das aldeias São Pedro dos Cacetes e Coquinho 2, além de moradores do povoado Alto do Coco.
Os participantes eram atraídos com promessas que incluíam cestas básicas, materiais de construção, cabeças de gado, melhorias como construção de estradas e até instalação de energia elétrica. Em troca, eles transferiram seus domicílios eleitorais para Itaipava do Grajaú e votaram nos candidatos apoiados pelo grupo.
A fraude ocorria de forma ainda mais escancarada no momento da transferência do domicílio eleitoral: bastava apresentar o documento de identidade, sem a necessidade de comprovar residência ou apresentar uma declaração formal. Isso permitiu que as coletas de amostras fossem registradas ilegalmente no município.
Denúncia que desmascarou o esquema
A operação ganhou força após um episódio ocorrido no dia 6 de outubro, dia das eleições. Na ocasião, policiais federais foram chamados para desobstruir o acesso à Aldeia Urucu, onde foram escolhidos alguns eleitorais.
Os indígenas locais bloquearam a estrada em protesto, denunciando as transferências fraudulentas. Eles revelaram que participantes de outras cidades, como Grajaú, Jenipapo dos Vieiras e Arame, estavam sendo registrados em Itaipava do Grajaú de maneira irregular.
Com as denúncias, a Polícia Federal aprofundou as investigações e chegou ao esquema que agora está sendo combatido com a Operação Clientelismo.