Após dois anos, o Maranhão volta a realizar a tradicional festa de São João. Neste ano, a comemoração durará 60 dias, a maior do Brasil. A novidade foi um dos primeiros anúncios do governador Carlos Brandão ao assumir o Governo.
Em uma entrevista recente, Brandão destacou um plano de geração de emprego e renda durante o São João maranhense. Neste ano, serão investidos R$ 25 milhões na programação e expectativa é que gere um lucro de R$ 100 milhões.
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A programação conta com mais de 500 atrações juninas que irão se apresentar em mais de 70 arraiais espalhados em todo o Maranhão.
Para o secretário de Cultura do Estado, Paulo Victor, esta edição da festa também é a maior da história porque abrangerá mais cidades.
Para o economista Wilson França, integrante da Fecomércio, a expectativa de geração de emprego e renda no período da festa é grande, numa projeção da movimentação econômica, já que em todo Nordeste o São João movimenta a economia regional.
O São João é uma força que movimenta a economia no Nordeste, no Maranhão não é diferente. Em 2019, a festa movimentou cerca de 25,8 milhões. A tendência deste ano é superar este valor?
WF: Com base nas projeções que nós temos alinhado com a Pesquisa Mensal do Comércio, existe um certo equilíbrio em comparação ao mesmo período do ano passado. A economia maranhense tem mostrado sinais de melhora no volume de vendas do comércio varejista, principalmente nesta reta final do ano. Mas, dificilmente nós teremos. Nós temos uma expectativa de volume de vendas ainda maior do que o ano passado. A expectativa é que, de fato, oscile nesse valor e também um pouco menor do que junho de 2020.
O governador Carlos Brandão afirmou em entrevista que o São João deste ano é um projeto de geração de emprego e renda. Qual a expectativa de geração de emprego e de arrecadação neste período?
Bem, a Federação do Comércio tem analisado os dados recentes divulgados pela Pnad Contínua, que mostra uma redução da taxa de desemprego no Estado, principalmente com o setor de comércio, sendo o setor que mais emprega neste momento. Existe, de fato, uma expectativa da Federação de que os esforços do poder público possam gerar um aumento no volume de empregos e, quiçá, uma evolução no nível de rendimento. Mas a nossa ideia, dentro das nossas projeções, é que isso se mantenha muito referente ao primeiro trimestre. Por quê? Existe um cenário da economia local em que os efeitos do comércio alinhados aos efeitos da alta de preços têm impedido os empresários, nesse primeiro momento, em realizar o volume de contratações cada vez maior. Se você for comparar, por exemplo, com os dados divulgados pelo Caged, que é o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, você vê que a criação de empregos, ou seja, o saldo positivo entre contratações e demissões, tem se mantido relativamente estável, incluindo também, com base na nossa pesquisa de emprego, do Índice de Confiança do Empresário do Comércio, em que nós divulgamos. Evidentemente, é corroborada a expectativa no governador Brandão na melhora desse São João. Só que nós ainda estamos pregando cautela, até porque todo o cenário nacional é um pouco mais conturbado nesse momento.
O governo anunciou a descentralização dessas festas no Estado inteiro. Como isso impactará o setor comércio no Maranhão?
Isso é muito positivo, porque se você for parar para pensar, a partir do momento em que tem uma concentração dessas festas apenas na capital, eu acabo perdendo os ganhos econômicos no interior, principalmente em algumas cidades, que são características e são caracterizadas por verdadeiros polos regionais, como as cidades de Bacabal, Santa Inês, Imperatriz. Além do que o São João também movimenta a cadeia turística no estado, uma vez que é o mês que se avizinha no período de férias e ao mesmo tempo é todo o nosso folclore. Então, esse ponto de descentralização do São João é entendido pela Federação do Comércio como também uma democratização dessa festa, porque você consegue diluir e expandir esses ganhos econômicos para todo o Estado.