O jornal O Estado De São Paulo publica neste domingo reportagem especial sobre o uso do dinheiro público em esquema de compra de caminhões de lixo.
De acordo com o levantamento apresentado pelo Estadão, nas mãos do Congresso e do governo, a compra e distribuição desses veículos para pequenas cidades, muitas sem sequer possuir aterro sanitário, saltaram de 85 para 488 caminhões de 2019 para 2021.
A matéria assinada pelos jornalistas André Shalders, Julia Affonso e Vinícius Valfré, diz que os gastos com os veículos coletores de lixo revelam transações difíceis de entender.
Citam cidades de interior que tem menos lixo do que caminhões para recolhê-lo, diferença de R$ 114 mil no preço de veículos iguais, comprados no espeço de apenas um mês e a presença de empresas fantasmas nas operações.
Entre outras coisas do gêneros, os jornalistas destacam o caso da Globalcenter Mercantil Eireli, microempresa que ganhou licitação da Codevasf em São Luís, no valor de R$ 1,7 milhão.
Na referida licitação, a Codevasf-MA concordou em pagar R$ 356,9 mil por caminhão de lixo, uma semana depois que o braço da estatal em Pernambuco comprou o mesmo produto por R$ 319,7 mil.
Ao procurar a sede da Globalcenter em Goiânia, a reportagem de O Estadão só encontrou uma casa abandonada tomada pelo mato.
Desde 2020, ressalta a matéria, a Globalcenter “participou de mais de 100 licitações do governo Bolsonaro, mas só recebeu dinheiro da unidade da Codevasf comandada por apadrinhado do deputado Aluísio Mendes”.
Celso Adriano Costa Dias reassumiu a superintendência regional da Codevasf em fevereiro de 2021 em substituição a João Francisco Jones Fortes Braga, indicado pelo deputado federal Hildo (MDB), mas com articulação do já famoso Josimar Maranhãozinho.
Maranhãozinho é desafeto do ex-agente da Polícia Federal e secretário de segurança do Estado do Maranhão, Aluísio Mendes.
Daí a mudança na superintendência.