General Paulo Sérgio Nogueira
A maior parte dos comprimidos, 28.320 comprimidos, são destinados a Marinha. Outros cinco 5 mil comprimidos foram aprovados para Exército e outros 2 mil, para Aeronáutica.
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O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) apresentou requerimento (RIC 198/2022) à Câmara dos Deputados solicitando a convocação do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, para explicar a compra de Viagra pelas Forças Armadas. O pedido foi apresentado à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados.

Foi o congressista que identificou inicialmente os 10 empenhos do governo federal para aquisição de 11,2 milhões de comprimidos do Citrato de Sildenafila, o Viagra, de 20, 25 e 50 miligramas no período de 2019 a 2022.

A conta pode chegar a R$33.592.714,80. O contrato de compra foi firmado entre o Laboratório Farmacêutico da Marinha Brasileira (UASG 765741) e a empresa EMS S/A. Os dados são do Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo.

No requerimento parlamentar lembra que, no auge da pandemia da Covid-19, as Forças Armadas se empenharam na fabricação de milhares de comprimidos de cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz no tratamento da doença.

E agora, mais uma vez, o governo ignora as reais necessidades da população. A estrutura das Forças Armadas poderia ser usada na fabricação de medicamentos que realmente fizessem a diferença na vida das pessoas. É inacreditável”, diz em trecho do documento.

Viagra e prótese peniana

Em 11 de abril, Elias Vaz acionou o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União para investigação da liberação de compra de 60 próteses penianas, no valor de R$3,5 milhões, para unidades ligadas ao Exército e de 35 mil comprimidos de Viagra, com indícios de superfaturamento, para atender Marinha, Exército e Aeronáutica.

Na época, Jair Bolsonaro (PL) minimizou a situação e afirmou em relação aos comprimidos de Viagra: “Com todo o respeito, isso não é nada”.

O que o Bolsonaro vai dizer agora? Ou ele é incompetente e não sabe o que está acontecendo no próprio governo ou usou de má-fé. A Câmara Federal e a sociedade precisam de uma satisfação. É dinheiro público usado de forma indevida”, destaca o deputado.

Com informações do Congresso em Foco