Levantamento preliminar realizado por O Globo mostra que o orçamento secreto irrigou nos anos de 2020 e 2021 bases eleitorais de deputados e senadores aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). O nome de Eduardo Braide, que disputou e venceu as eleições municipais de São Luís, na condição de deputado federal pelo Podemos, aparece entre os 290 integrantes da Câmara e do Senado que, “sem transparência, distribuíram recursos pelo país”.

O jornal considera que os R$ 3,2 bilhões rastreados pela reportagem, apenas “uma amostra dos R$ 36 bilhões que compuseram as emendas de relator no período”.

Braide foi beneficiado com uma emenda de R$ 3 milhões, segundo a lista divulgada.

 O valor até que pode ser considerado pequeno se comparado com o dos outros companheiros de parlamento. No entanto, o levantamento de O Globo só alcança um ano de mandato, o de 2020. Eleito prefeito da capital, ele renunciou em 1o de janeiro de 21.

O orçamento secreto é o mecanismo utilizado pelo governo Bolsonaro para manter sob sigilo a compra de apoio político no Congresso Nacional, através da chamada emenda de relator.

Na sexta-feira, dia 1o, o Congresso enviou ao Supremo Tribunal Federal os documentos ‘sigilosos’, até então guardados a sete chaves pelo relator-geral do Orçamento de 2020, deputado Domingos Netto (PSDB-CE). O envio foi em atendimento à determinação da ministra Rosa Weber, do STF.

A ordem é dar transparência total ao uso do dinheiro público. E muita coisa já começou a pipocar.

Matéria de O Estado de São Paulo, jornal que primeiro revelou o subterfugio, diz  que os papéis  enviados ao Supremo demonstram “o papel do ex-ministro da Secretaria de Governo (Segov) general Luiz Eduardo Ramos como um grande operador do esquema.

Além de Ramos,  ressalta o Estadão, “constam nos documentos encaminhados ao Supremo ofícios com pedidos de recursos autorizados pelos ministros e ex-ministros Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Paulo Guedes (Economia), Milton Ribeiro (Educação), Onix Lorenzoni (Trabalho e Previdência), Rogerio Marinho (Desenvolvimento Regional), Damares Alves (Mulher, Família e Direito Humanos), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Tereza Cristina (Agricultura), Tarcisio Freitas (Infraestrutura), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), e Fernando Azevedo e Silva (Defesa). Até mesmo o presidente do Instituto Chico Mendes de Preservação Ambiental, Homero Cerqueira, teve pedidos de emendas encaminhados para ajuste da autarquia”.