Gilberto Braga , prefeito de Luís Domingues
Gilberto Braga , prefeito de Luís Domingues. Foto: Reprodução

A declaração prefeito de Luís Domingues (MA) Gilberto Braga afirmando que o pastor Arilton Moura pediu 1 kg de ouro para conseguir a liberação de recursos no Ministério da Educação para construção de creches e escolas no município, pode complicar a vida de prefeitos maranhenses atendidos com recursos do Fundo Nacional de Educação no ano passado.

Assessor de Assuntos políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (CONIMADB), Arilton Moura é suspeito de montar ao lado do presidente da entidade, Gilmar Sila dos Santos, um gabinete paralelo especializado em liberação de recursos do Fundo Nacional de Educação – FNDE, sob pagamento de propina.

Na segunda-feira o jornal Folha de São Paulo divulgou áudio onde o ministro da Educação Milton Ribeiro assume que o presidente Jair Bolsonaro pediu que o MEC priorizasse os pedidos feitos por Gilmar dos Santos.

De acordo com outra matéria, esta publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, a dupla de pastores participou de ao menos 22 agendas no MEC, sendo 19 com o próprio ministro. Gilmar e Arilton atuam tanto levando políticos ao gabinete de Ribeiro quanto acompanhando o ministro em viagens.

Em maio do ano passado, Gilmar dos Santos acompanhou Milton Ribeiro em uma viagem a Centro Novo, cidade maranhense com 22 mil habitantes. Noventa e seis dias depois, em 18 de agosto, o ministério empenhou R$ 300 mil para a construção de uma escola infantil.

Após a interferência dos pastores, o MEC tem acelerado a liberação de verbas, segundo levantamento de O Estadão. “O gabinete paralelo tem obtido uma taxa de agilidade na liberação de verbas fora dos padrões de repasses federais” diz o matutino.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, o pastor Gilmar dos Santos e o prefeito de Centro Novo, Júnior Garimpeiro

Outros municípios maranhenses citados na matéria de foram Bom Lugar, Amapá do Maranhão e Tuntum.

A prefeita Marlene Miranda, de Bom lugar teve o pedido de dinheiro em apenas 16 dias.

“Em 16 de fevereiro, ela esteve no MEC acompanhada do marido, o ex-prefeito Marcos Miranda, numa agenda intermediada pelos religiosos Gilmar Santos e Arilton Moura. No último dia 4, o FNDE reservou R$ 200 mil para pagamento à prefeitura. O recurso foi destinado para a construção de uma escola de educação infantil, obra estimada pelo município em R$ 5 milhões. Procurada, a prefeita não quis comentar”, diz o Estadão.

Quem também visitou o gabinete do ministro Ribeiro foi a prefeita de Amapá do Maranhão, Nelene Gomes em maio do passado. Três meses depois, em agosto, a município recebeu empenho de R$ 300 mil para a construção de uma escola de educação básica.

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As agendas dos pastores incluem reuniões também com Djaci Vieira de Souza, chefe de gabinete de Milton Ribeiro. Em 24 de fevereiro de 2021, Arilton solicitou e foi recebido em audiência levando o prefeito de Tuntum (MA), Fernando Portela (Solidariedade). A agenda do MEC registra a reunião com o tema “obras”. Em dezembro, o município celebrou termos de compromisso de R$ 1,2 milhão e de R$ 279,2 mil, para compra de veículos. Do montante total, R$ 280 mil já foram empenhados.

Embora preguem a palavra, que dizem de Deus, no Goiás, são pastores Gilmar e Arilton maranhenses e mantém fortes articulações com prefeitos no estado.

Se o prefeito de Luís Domingues, Gilberto Braga disse que pediram 1 Kg de ouro pela liberação de recursos MEC e ele não aceitou, quem conseguiu as verbas federais desejadas, quanto pagou?

E se pagou, com certeza não foi com dinheiro do próprio bolso!!!!