Recentemente, a família do saudoso governador Jackson Lago declarou apoio à pré-candidatura de Carlos Brandão ao governo do Maranhão. Diante disso, o Diário 98 entrevista Wagner Lago, irmão do governador Jackson Lago.
Ao ser questionado sobre o apoio a Brandão, Lago é pontual ao destacar a atuação do vice-governador em prol do desenvolvimento econômico do estado. Para ele, Brandão possui a visão de inovação para avanços econômicos, como a implantação de novos portos, da ferrovia norte Sul, entre outros.
Além disso, o ex-deputado destaca o bom relacionamento de Brandão com a classe empresarial e política do estado.
Quanto ao PDT, Wagner Lago limita a comentar que, nacionalmente, o partido atualmente não é o mesmo que foi criado por Brizola, Neiva de Moreira e Jackson Lago. Sobre as eleições de outubro acredita que a prioridade deve ser derrotar o Bolsonaro e que o ex-presidente Lula tem melhor condição ter sucesso nesta missão.
D98: Recentemente a família Lago declarou apoio a Brandão. Por que a escolha?
Wagner Lago: Brandão foi um vice-governador super atuante nestes setes anos. Representou o Flávio (Dino) junto a ministérios e embaixadas aqui no Brasil. No exterior, visitou 13 países, só na China ele foi sete vezes, tratando sobre ciência e tecnologia, energia eólica, energia solar, siderurgia, refinaria e inovação.
Além disso, reuniu-se com empresários e gestores em vários países tratando sobre exportação de soja, e outros produtos produzidos no Maranhão. Ainda atuou de forma ativa na busca de inovação tecnológica para o estado. Um vice-governador atuante, compromissado em trazer inovação para cá.
D98: No encontro com ex-militantes do PDT tiveram várias críticas sobre o atual comando do partido no MA. Como o senhor avalia a atual gestão do PDT no estado?
WL: Prefiro não “cuidar disso”. Antes do PDT, fui brizolista. Brizola era do PTB, mas tomaram o PTB dele e aí foi quando ele criou com Jackson e o Neiva Moreira em Lisboa o PDT, ainda no exílio. Hoje, no plano nacional, o partido não é o mesmo partido do Brizola, do Jackson.
Eu me lembro que era brizolista porque esse país perdeu muito não tendo o Brizola como presidente uma vez, se Brizola tivesse chegado à Presidência haveria uma revolução educacional com Darcy Ribeiro. O PDT do Jackson, do Brizola, do Neiva Moreira não existe mais. Não sei como é que está em outros estados, mas deixou muito a desejar. Prefiro ficar só nisso.
D98: O senhor acredita que a adesão de ex-pedetistas na pré-candidatura de Brandão se dá devido ao comprometimento do vice-governador em prosseguir atendendo ao povo maranhense, comprometido com o avanço do estado?
WL: Sim. Isso foi uma agregação de apoio político muito importante e muito simbólico. O Brandão além dessa atividade de ‘governador itinerante’, vamos dizer assim, se relaciona bem com os políticos de modo geral, tem um histórico de vida muito correto e de transparência.
O Brandão é o nome que agrada vários segmentos: a política, a economia. É uma pessoa que tem uma boa biografia e que demonstrou em seu cargo de vice-governador, como um governador itinerante. Já que o governador Flávio Dino tem uma agenda pesada. O governador Flávio não teve sossego.
Essa gestão marca uma transição muito importante no Maranhão. Não teve um segmento econômico, sobretudo da área social que não tenha sido atendido na gestão Flávio/Brandão. Na saúde houve uma multiplicação desses serviços de hospitais regionais, de hospitais menores. Além de investimento em estradas. Na educação, então, uma revolução.
D98: E no cenário nacional, Lula ou Ciro?
WL: Acredito que temos que votar em quem tiver condição de derrotar o Bolsonaro. Derrotar o Bolsonaro deve ser um projeto nacional, por se tratar de um despreparado que aproveitou um acidente percurso, uma lava-jato que escancarou a corrupção e terminou se colocando numa faixa que ele seria o homem para regularizaria isto.
Conheço a figura, fui deputado. Ele deve me conhecer mais que eu conheço a ele, porque eu ia à tribuna rotineiramente e só o vi quando ele desfeiteou a deputada Maria Rosário. Só o Brasil pra aguentar uma figura dessa.
Em princípio quem tem mais condição de resolver isso é o Lula. Tem um quadro muito bom também chamado de Ciro Gomes que não sei se atravessará o “Rubicão” do primeiro turno. Estou falando do ponto de vista objetivo. Posso até, de repente, num segundo turno se tiver o Ciro, optar por ele.
D98: A militância do PDT em São Luís é historicamente forte e essa adesão de parte dessa militância à pré-candidatura de Brandão enfraquece o projeto de Weverton no maior colégio eleitoral do estado?
WL: Acho que sim. Essa militância era aguerrida e discutia, essa militância era do PDT, mas sobretudo, do Jackson. Prefiro não fazer avaliação sobre essa revoada de dirigentes do PDT. Mas, acho que isso deve pesar. Caso eu fosse candidato e visse uma dissidência daquela dimensão, ficaria preocupado.
D98: Como o senhor avalia a gestão Flávio Dino nesses últimos 7 anos?
WL: Flávio Dino montou um governo político, técnico e sobretudo transparente, não há nenhum sinal de corrupção. Isso permitiu o governo dele fazer as Escolas Dignas, fez com que o Maranhão tenha o maior piso salarial para professores do Brasil, além de mais de mil escolas entre construídas e reformadas.
Jackson dizia que tinha que fazer seis unidades do Socorrão, porque não aguentava mais ver a procissão de ambulâncias em São Luís. O Flávio foi além, construiu muito mais e descentralizou o atendimento de saúde no estado.
Na área social, destaco a ampliação da rede de Restaurante Populares e atendimento especial aos municípios que pontuaram como piores IDH no país.
O Brandão é uma parte atuante disso, uma espécie de co-governador. Para o desenvolvimento econômico que virá para o Maranhão, o estado precisa de alguém que já esteja familiarizado e tenha visão de desenvolvimento. O Maranhão tem se preparado para isso com o investimento em educação técnica no estado.
D98: Acredita que ele será um senador acima da média pro Maranhão?
WL: Acredito. Será um grande Senador porque além de ter cultura jurídica, ele tem um bom relacionamento. Acredito que se não fosse político, seria ministro do Supremo Tribunal Federal e um bom ministro do Supremo Tribunal Federal.