Em entrevista à Rádio Brasil Campinas na última quinta-feira, o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) voltou a atacar o PT. Tentando equiparar Lula a Bolsonaro, ele chamou o atual presidente de “Hitler” e o petista de “sub-Hitler”.
“Querem entupir que o povo tem que votar nele [Lula] para poder não engolir o Bolsonaro”, disse Ciro. O pedetista criticava supostas similaridades entre antigos aliados e adversários dos dois. “Ora, é a mesma coisa de você votar no sub-Hitler para derrotar o Hitler.”
Se até aqui Weverton Rocha (PDT), o pré-candidato ao governo que se apresenta como “O melhor amigo de Lula no Maranhão”, mantinha-se alheio às constantes agressões pessoais e mentiras deferidas por Ciro Gomes contra Lula, desta vez é inconcebível o seu silêncio. Comparar Lula a uma espécie de sub-Hitler não pode ser relevado em função de temperamento, loucura, aliança política ou seja lá o que for. Ainda mais por um amigo, não precisa nem ser o melhor.
O que não pode é ser amigo da onça.
Que melhor amigo de Lula no Maranhão é esse que se cala quando Ciro Gomes diz que o ex-presidente é o sub-Hitler?
Amizade eleitoral
A descoberta que o senador Weverton Rocha (PDT) contratou antes de iniciar sua pré-campanha uma pesquisa para medir a influência que Lula teria nas eleições maranhenses, seria até normal se o pedetista se limitasse a defender o ex-presidente.
E não se apresentar como ‘O melhor amigo de Lula’.
Inclusive, o próprio Weverton já avisou ao ex-presidente esse será o slogan de toda a campanha eleitoral ao governo do Maranhão.
Não há nenhum impedimento ético em dimensionar o valor de suas relações políticas com base no grau de popularidade.
O que preocupa e isso deve preocupar o eleitor é quando um político utiliza da mesma medida para definir suas amizades.
E o pior é se essa ‘amizade’ realmente existir.
Não se defende Lula, porque se é amigo de Lula. Mas por ser contra as injustiças impostas a sua pessoa, tanto como político, como cidadão.
Não se defende os dois governos de Lula, porque se é amigo do ex-presidente. Mas pelas políticas públicas que permitiram o Brasil voltar a acreditar que um dia seria grande.
Não se governa nem com e nem para os amigos. Se governa com um conjunto de forças políticas em torno de um projeto comum de governança. Defender os interesses da sociedade, priorizando os da população mais carente.
Defende-se um amigo, independente se aliado ou adversário político, presidente ou cantor de cabaré, de ataques contra princípios morais que regem e definem essa amizade.
Confundir relações políticas com amizade é um mau negócio, inclusive para o político.
Vai acabar sozinho e amargurado.