Em entrevista exclusiva ao Diário 98, o secretário estadual de Educação, Felipe Camarão, comenta os avanços conquistados na área da educação e no cenário político maranhense.
Camarão comenta sobre a escolha de Carlos Brandão como candidato do grupo dinista e é enfático ao afirmar que é impossível ser aliado e adversário ao mesmo tempo deste grupo político.

Sobre a unanimidade do nome de Brandão no Partido dos Trabalhadores, o secretário esclarece que a escolha pelo vice-governador foi ampla tal qual o aceite de sua filiação.

Seis anos operando a Seduc, Felipe Camarão comemora marcas históricas e uma verdadeira revolução na educação do Estado. Ao comentar a conquista mais recente, agradece a cooperação de toda rede de ensino estadual e municipal no combate à evasão escolar.

Felipe Camarão e Carlos Brandão
Felipe Camarão e Carlos Brandão. Foto: Reprodução

Recentemente o senhor declarou apoio à pré-candidatura de Carlos Brandão. Por que Brandão?
Foi um caminho natural com a escolha do governador Flávio Dino, que optou pelas razões que ele já expôs em algumas vezes. Primeiro, o critério de que, após um amplo espectro de consultas entre prefeitos, vice-prefeitos, deputados, vereadores, movimentos sociais e entidades da sociedade civil foi Brandão que mais agregou apoios em torno do seu nome. A segunda razão é a decorrência lógica que o vice-governador vai assumir o Governo que ele ajudou a construir ao longo desses sete anos e três meses.
Eu lancei a minha pré candidatura ao governo quando ainda não havia esta definição. Quando o governador expôs as razões e fez a escolha pelo vice, essa foi a minha opção natural porque eu não me vejo como aliado e adversário do governador Flávio Dino. Isso não faz parte da minha personalidade. Se eu sou aliado, se eu sou fiel ao governador, se eu servi ao governo dele e ao do vice governador Carlos Brandão por sete anos e três meses como secretário de Estado de várias pastas e que obtive bons resultados dentro da vida pública, é natural que siga esse caminho. Retirei a minha pré-candidatura e manifestei o meu apoio pessoal ao vice Brandão. Dias depois o meu partido também teve essa decisão de declarar apoio a ele. Hoje acredito que ele reúne todas as condições políticas e administrativas para dar continuidade ao belo trabalho que o governador Flávio Dino fez ao longo de sete anos e três meses e que eu tive a honra de ajudá-lo.

O PT está unido?

O PT de forma geral sempre tem divergência, essa é a natureza democrática dele. Dentro das nossas divergências e dentro das nossas divisões, nos tornamos unidos. Mas o PT teve algumas unanimidades aqui no Maranhão, coisa rara. Quase inédita! A primeira, de aceitar a minha filiação. Eu fui aceito pelo diretório estadual de forma unânime. A segunda decisão unânime foi a decisão de apoiar o vice Carlos Brandão. Todas os líderes de corrente partidária do PT manifestaram apoio ao vice. Há pouquíssimas, mas exceções de forma geral, o PT está unido em sua grande maioria em torno dessa decisão de apoiar.

O senhor será candidato a deputado federal ou irá compor chapa majoritária?

Sou pré-candidato a deputado federal. O cargo de vice-governador é o tipo de caso que nem se pede e nem se recusa. Caso eu seja convidado, caso eu seja indicado pelo vice- govenador, Carlos Brandão, pelo governador Flávio Dino e pelo meu partido, eu aceitaria de muito bom grado esta honrosa função.
A minha missão agora, a minha intenção, é continuar ajudando o Maranhão, seja como deputado federal, seja como vice-governador, ou como governador, como eu pretendia. Meu interesse maior é trabalhar pelo Maranhão. A função, quem vai decidir ao final, abaixo de Deus é a população maranhense e essa composição política.

São seis anos à frente da Seduc. Qual o balanço da sua gestão?

O balanço é altamente positivo, já que são quase 1,5 mil obras educacionais entregues, o Ideb de 2.8 foi para 3.7, implantamos escolas de tempo integral onde não existia e o aumento do índice de alfabetização. Vamos entregar uma rede de quase 100 escolas em tempo integral. Além da criação do IEMA, que é uma escola de tempo integral com ensino profissionalizante.
Mais 80 mil professores receberam formação continuada ao longo desses seis anos, foram implantados diversos cursos do IEMA vocacional, foi criado o IEMA idiomas e houve a implantação de creches em tempo integral e uma bilingue.

Atualmente o Maranhão tem o melhor salário de professor da rede pública estadual do Brasil, realizamos a unificação de matrícula dos professores e, pela primeira vez na história, houve concurso público para professores de 40h.

Entre as conquistas também estão: o pacto pela aprendizagem com a doação de quase 150 ônibus escolares, a construção de quase 400 escolas do zero, inclusive escolas para as redes municipais, a substituição de mais de 600 escolas de taipa por escolas de alvenaria.

Nós cumprimos um importante papel na educação maranhense, conquistei uma marca histórica, já que fui o secretário que mais tempo passou no cargo na história do Maranhão. Um recorde muito honroso pra mim! Saio da forma como entrei, de cabeça erguida e muito animado para continuar ajudando o Maranhão na educação e além também.


O Maranhão é segundo estado do Nordeste que mais teve crianças rematriculadas para o ano letivo de 2022. A que se deve esse feito?


Um feito histórico e inédito no pior momento da educação mundial que foi a pandemia. No auge da pandemia, 96% das crianças estavam fora da sala de aula, de acordo com dados da ONU e da Unicef. No Maranhão nós também tivemos essas crianças fora da escola, com aulas remotas e aulas não presenciais. Quando voltamos para o híbrido, muita gente não voltou. Isso nos preocupou bastante e foi uma das razões que nós fizemos a vacinação prioritária para profissionais de educação logo depois dos profissionais da saúde, devido a necessidade de voltar às aulas o mais urgente possível em razão do longo período das crianças fora da escola.
Quando vimos que nós tínhamos uma evasão muito grande, acionamos esta rede de educação que nós temos, uma rede estadual e redes municipais. E foi assim que professores e professoras foram atrás das crianças numa busca ativa.
Nós literalmente fomos nas casas, ligamos, mandamos cartas, visitamos nos povoados, nas cidades. Devo isso a um trabalho de rede, aos valorosos profissionais de educação. Quero agradecer muito porque nossos gestores escolares tanto da rede estadual como municipais e os professores foram atrás dos alunos e nós conseguimos ser o segundo estado mais exitoso do Nordeste em combate à evasão escolar.