O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pela suspeita de ter usado de sua influência na Receita Federal para tentar invalidar provas do processo das chamadas rachadinhas. Randolfe apresentou nessa terça-feira (22) uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) para apurar o caso.
No documento, o congressista pede que o filho do presidente seja investigado por corrupção ativa ou tráfico de influência e que o ex-secretário da Receita, José Barros Tostes, seja alvo de inquérito por corrupção passiva ou prevaricação.
“O Representado [Flávio], utilizando a sua influência perante o alto escalão do governo federal, conseguiu mobilizar nada menos do que uma equipe de dois auditores-fiscais e três analistas tributários para apurar uma denúncia vazia e descabida (como se esses importantes servidores realmente não tivessem mais o que fazer; aliás, imagine-se o caos que o Fisco brasileiro viveria se, para cada reclamação de cidadão/contribuinte, fosse deslocada uma equipe específica de 5 servidores para a respectiva apuração), que bem poderia ter sido descartada de imediato pela Administração Pública, em razão da evidente ausência de indícios suficientes de materialidade”, diz trecho da representação de Randolfe.
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a pedido do filho do presidente, a Receita Federal mobilizou por quatro meses uma equipe de cinco servidores para apurar suposto acesso irregular de seus dados que teriam dado início às investigações das “rachadinhas”. Os gastos com as apurações chegaram a R$ 490,5 mil.
Randolfe solicita, na ação, que o dinheiro seja ressarcido aos cofres públicos pelos dois investigados.