Blog do Jorge Vieira – O final da novela envolvendo a candidatura governista, cujo capítulo final foi exibido nesta segunda-feira (31), não foi nada satisfatório para o pré-candidato do PDT, senador Weverton Rocha. Como ele havia prometido, seu foguete não deu marcha ré, manteve a pré-candidatura, mas sofreu avaria em sua base política, viu os aliados sumirem ou declararem apoio ao adversário interno no grupo palaciano, o vice-governador Carlos Brandão (PSB).

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Quando entrou na pré-campanha e começou percorrer o Estado com a caravana “Maranhão Mais Feliz”, o representante do PDT deu a impressão de que, de fato, era possuidor de uma base sólida que lhe que garantiria vitória no primeiro item na carta compromisso que os dirigentes de partidos alinhavaram no primeiro encontro do grupo para discutir sucessão: apoio da maioria da maioria da classe política.

Mas não foi isso que se viu ao final das articulações que visaram manter a unidade do grupo e que culminou com a decisão do governador Flávio Dino de reafirmar seu apoio a Carlos Brandão. A grande maioria dos dirigentes partidários preferiu seguir o governador e o projeto de dar continuidade a gestão que conseguiu avanços significativos e que teve no vice-governador um dos seus principais colaboradores.

O presidente nacional do PP, deputado federal André Fufuca, o provável futuro presidente do PSL, deputado federal Pedro Lucas Fernandes e até o ex-prefeito de Codó, Francisco Nagib (PDT), que eram considerados aliados desertaram. Os dois parlamentares estão muitos próximos de declarar apoio a Brandão, enquanto o ex-prefeito e atual diretor do DETRAN-MA já mudou de palanque e declarou apoio a Brandão.

Foram perdas consideráveis, reduziram ainda mais o arco de apoio político à candidatura pedetista, porém, a declaração do PT a favor de Brandão governador, Flávio Dino senador e garantia da presença do ex-presidente Lula no palanque foi uma espécie de tiro de misericórdia, reduziu a base política do senador ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), a senadora Eliziane Gama (Cidadania) e aos deputados federais Cleber Verde e Juscelino Filho, muito pouco para quem pretendia se impor como candidato a governsdor.

Para evitar um prejuízo ainda maior, o pedetista ao conversar com o governador na tarde de ontem, quando comunicou a decisão de manter a pré-candidatura, declarou apoio a Dino ao Senado, mas o gesto foi visto nos bastidores da sucessão como a forma dele tentar se livrar da fama de traidor, a mesma que levou Roberto Rocha (sem partido) ao isolamento ao virar as costas para quem lhe deu o mandato de senador.