Alterações promovidas por Bolsonaro limitam acesso da população ao benefício. Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro alterou o teto de renda permitido para ingresso no Auxílio Brasil, limitando o público do programa. A alteração promovida por Bolsonaro ignora o critério internacional de pobreza considerado pela ONU.

Desde 2018, durante o governo Michel Temer (MDB), o Bolsa Família considerava como pobre, elegível ao programa, a família com renda mensal per capita de até R$ 178. Bolsonaro reajustou o montante para R$ 200 na segunda-feira (8) através de decreto que regulamentou o Auxílio Brasil.

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Além disso, essa mudança não repõe as perdas inflacionárias. O reajuste concedido por Bolsonaro é de 12,3%, enquanto a inflação acumulada no período foi de 20,8%. Caso a inflação fosse considerada, o valor deveria ser reajustado para R$ 215.

Para corrigir a diferença o reajuste deveria ser acima da inflação. A ONU e o Banco Mundial, por exemplo, consideram estar em extrema pobreza a família com renda diária de até US$ 1,90 per capita, o que equivalente a R$ 313 mensais, segundo o câmbio atual.

Esse é o critério usado pela ONU no compromisso de erradicar a extrema pobreza até 2030, adotado em 2015 por 193 países-membro da entidade.

Com informações da Folha de São Paulo*