Bolsonaro e Barroso
O presidente do TSE voltou a defender o sistema de urnas eletrônicas e afirmou que o presidente é um “farsante” que envergonha o país perante o mundo. Foto: Reprodução

Na abertura da sessão desta quinta-feira (9), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Barroso, respondeu aos ataques do presidente Jair Bolsonaro e afirmou que ele ataca as instituições para “esconder problemas econômicos e sociais”.

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Antes de responder as acusações de Bolsonaro, o ministro Barroso afirmou que o objetivo do presidente é colocar o Brasil no mesmo hall de países como Hungria, Polônia, Rússia, Filipinas onde as instituições foram loteadas por aliados políticos e a “democracia iliberal”, quando direitos são usurpados dos cidadãos, foi instituída.

Voto e democracia

Após fazer uma breve introdução, Barroso respondeu acusação por acusação das quais tem sido vítima por parte do presidente Bolsonaro. E, reproduzindo uma aspa do presidente, o ministro afirmo que sim, “de fato o voto é a alma da democracia, é elemento da democracia representativa. Outro elemento é o debate público de qualidade, onde os cidadãos recebem informações corretas. Quando esse discurso é dominado pelo discurso de ódio e desinformação, a democracia é destruída”.

O ministro também rebateu as teses do presidente sobre a auditoria das urnas. “Não vou repetir, as eleições são limpas e auditáveis e por esses sistemas foram eleitos Fernando Collor, FHC, Lula, Dilma e Jair Bolsonaro. O sistema tem mais de 10 camadas de auditoria”, disse.

Em seguida, Barroso ironizou a proposta de contagem pública de votos. “Contagem pública de votos? É como abandonar o computar, seria como voltar a caneta tinteiro, seria o retorno ao tempo de fraude e manipulação”, criticou Barroso.

Barroso fala em chacota internacional

O presidente do TSE também afirmou que os discursos e a postura de Bolsonaro não fizeram apenas que o real se desvalorizasse, mas transformou o Brasil em “chacota internacional”.

“Insulto não é argumento, ofensa não é coragem, a incivilidade é uma derrota de espírito, a falta de compostura nos envergonha perante o mundo. Somos vítimas de chacotas internacionais. Não podemos permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico e social que estávamos vivendo”, criticou Barroso.