Foto: Reprodução Fernando Souza/ AFP

Nesta segunda-feira, 150 autoridades internacionais, sendo 26 ex-presidentes, ministros e parlamentares assinaram um documento onde advertem sobre o golpe de estado orquestrado por Jair Bolsonaro neste 7 de Setembro.

O documento faz menção aos comícios que os bolsonaristas estão organizando para os atos desta terça e que isso representa um perigo para democracia. Além disso, o desfile do último dia 10 de agosto é citado no documento.

Na ocasião, Bolsonaro “dirigiu um desfile militar sem precedentes pela capital, Brasília, enquanto seus aliados no Congresso promoviam profundas reformas no sistema eleitoral do país que ele diz serem críticas antes das eleições presidenciais do ano que vem”.

De acordo com as autoridades, Bolsonaro quer imitar a invasão dos apoiadores de Donald Trump ao Capitólio, nos Estados Unidos, em 6 de janeiro deste ano após a derrota do Republicano.

“Membros do Congresso no Brasil alertaram que a mobilização de 7 de setembro foi modelada na insurreição no Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, quando o então presidente Donald Trump encorajou seus partidários a ‘parar de roubar’ com falsas alegações de fraude eleitoral nas eleições presidenciais de 2020″.

“Estamos seriamente preocupados com a ameaça iminente às instituições democráticas do Brasil – e estamos vigilantes para defendê-las antes de 7 de setembro e depois. O povo brasileiro tem lutado por décadas para proteger a democracia do regime militar. Bolsonaro não deve ter permissão para roubá-lo agora”.

Ataques ao Supremo

O manifesto também alertou sobre os ataques de Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. Além disso, o documento fala sobre a influência do atual presidente sobre grupos de supremacia branca, sua infiltração nas polícias militares e até mesmo numa fração do serviço público. Segundo a carta, estão “alimentando temores de um golpe na terceira maior democracia do mundo”.

Entre as autoridades que assinaram a carta estão José Luis Rodriguez Zapatero, ex-primeiro-ministro espanhol Yanis Varoufakis, o ex-ministro das finanças da Grécia, Jeremy Corbyn, ex-líder trabalhista do Reino Unido, Fernando Lugo, a ex-presidente do Paraguai, Caroline Lucas e o ganhador do Nobel argentino e ativista dos direitos humanos, Adolfo Pérez Esquivel.