Ana Cristina , ex-mulher de Bolsonaro, e Marcelo dos Santos, funcionário da família Foto: Reprodução

O ex-funcionário da família Bolsonaro, Marcelo Luiza Nogueira dos Santos, afirmou ter testemunhado vários crimes cometidos por Flávio, Carlos Bolsonaro e pela advogado Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro. A informação é do Metrópoles.

Marcelo dos Santos prestou serviços ao clã Bolsonaro durante 14 anos e nesse período, foi lotado no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj entre 2003 e 2007 e diz ter devolvido 80% de tudo que recebeu durante os quatro anos. O valor repassado é de aproximadamente R$ 340 mil.

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Na entrevista, o ex-funcionário conta que começou a trabalhar com a família graças a um ex-namorado que era cabelereiro de Ana Cristina. Marcelo relata à coluna que em 2022, trabalhou na campanha de Flávio Bolsonaro para deputado estadual e logo após em seu gabinete.

“Foi na primeira campanha do Flávio. Gostaram de mim e fiquei. Foi quando o Flávio foi eleito e tinha de lotar o gabinete. Foi quando ela me procurou e me convidou a trabalhar sugerindo essa questão da rachadinha”, detalhou Marcelo em entrevista

Ele ainda relata que permaneceu trabalhando na Alerj por dois mandatos de Flávio, mas saiu após a separação de Ana Cristina e Bolsonaro. Após isso, virou uma espécie de babá de Jair Renan.

Foto: Reprodução/Instagram

O ex-funcionário ainda afirma que Ana Cristina era a encarregada de recolher as rachadinhas não só no gabinete de Flávio, mas também no de Carlos, eleito vereador da Câmara do Rio em 2000.

“Segundo ele, Ana Cristina não se envolvia no eventual recolhimento de valores dos funcionários do gabinete de Jair Bolsonaro como deputado federal, restringindo-se a articular o esquema na Assembleia e na Câmara do Rio. Todo mês, segundo ele, sacava 80% de seu salário e entregava o dinheiro em espécie nas mãos da advogada. Todos os assessores de Flávio, de acordo com o ex-empregado, faziam o mesmo, bem como os de Carlos”, diz o funcionário.

Durante a entrevista, Marcelo destaca que em 2020, o patrimônio de Ana Cristina era estimado em R$ 5 milhões e que isso só foi possível graças ao uso de uma série de laranjas. Ele ainda relata que a advogada usou o mesmo método para comprar a mansão que mora atualmente em Brasília.

“Segundo Marcelo, Ana Cristina não alugou o imóvel, como ela conta, mas o comprou, por meio de dois laranjas, com quem firmou um contrato de gaveta, ou seja, um documento informal não registrado em cartório, para que eles repassem o imóvel para seu nome após o encerramento do financiamento”, frisa a reportagem. 

De acordo com Marcelo, ele decidiu denunciar Ana Cristina após ter sido enganado e vítima de racismo. Ele teria sido convidado pela mãe de Jair Renan para trabalhar na mansão onde ela vive com o filho, em Brasília, mas a ex-mulher de Bolsonaro não teria honrado a promessa de pagar ao funcionário um salário de R$ 3 mil.