Bolsonaro falha na triagem de passageiros indianos em aeroportos e Dino aperta a fiscalização. Foto: Reprodução

Em ofício encaminhado ao ministro da Cidadania, João Roma, o Consórcio Nordeste afirma que 48,1 mil famílias deixaram de receber o Bolsa Família no primeiro bimestre deste ano. “A pandemia do Covid-19 tem exigido medidas sanitárias como o isolamento social, para evitar o contágio, o que demanda segurança de trabalho e renda. A região Nordeste é, justamente, a que mais concentra pessoas nesta condição vulnerável, por insuficiência de renda”, diz o Consórcio em documento encaminhado na quarta-feira última, solicitando uma reunião com urgência entre Roma e governadores nordestinos.

Na manifestação, o Consórcio Nordeste alegou que nos últimos 12 meses 86 mil famílias entraram em situação de extrema pobreza. Atualmente, de acordo com a entidade, a fila de espera do programa na região nordeste chega a 685 mil famílias.

Crise sanitária e econômica

O Brasil vive, associado à crise sanitária provocada pela pandemia do coronavírus, uma crise econômica que aumentou o desemprego do país. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou o maior desemprego da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) no primeiro trimestre deste ano: mais de 14 milhões de brasileiros! Das pessoas em idade de trabalhar, menos da metade (48,7%) tinham algum tipo de ocupação.

Da população ocupada, quase 40% vive de trabalho informal. A pandemia ampliou esse problema, segundo o governador, já que o home office é uma realidade apenas para os trabalhadores de maior renda e grau educacional. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que 28% dos brasileiros de classe A/B puderam optar pelo home office no ano passado. Mas só 10% da classe C pôde fazer a mesma opção. “Os trabalhadores que ganham menos são os que estão se arriscando mais na pandemia”, afirmou o governador Flávio Dino em artigo à revista Carta Capital.

Em paralelo, o país vive a perspectiva de chegar a meio milhão de mortos por Covid. Já são mais de 450 mil almas e especialistas alertam para possível terceira onda.

Auxílios estaduais

Ao mesmo tempo que o governo federal corta benefícios, os estaduais estão criando auxílios para que a população enfrente a pandemia. É o caso do Maranhão. Taxistas, motoristas de aplicativos e mototaxistas começaram a receber a primeira das duas parcelas do auxílio combustível. Os valores foram definidos de acordo com a atividade e tamanho da cidade de atuação e variam entre R$ 60 e R$ 300.

Mil e quatrocentos bares e restaurantes já receberam auxílio na Grande Ilha de São Luís. Criado como forma de compensação aos reflexos das medidas restritivas necessárias à contenção e prevenção da Covid-19, o auxílio financeiro emergencial para bares, restaurantes e lanchonetes já beneficiou 1.461 empreendimentos do tipo, com crédito de R$ 1.000,00, pago em cota única.

Também catadores e catadoras realizaram a assinatura do termo de recebimento e, agora, poderão acessar o benefício no valor de R$ 400,00.