Em entrevista à Rádio Timbira nesta terça-feira (18), o secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano do Maranhão, Márcio Jerry (PCdoB), fez um desabafo público ao lamentar a situação da pandemia do coronavírus no Brasil e defendeu que é preciso reagir com indignação às ações negacionistas de Jair Bolsonaro (sem partido) adotadas durante a pandemia da Covid-19.
Com o Brasil beirando os 500 mil mortos pela doença, o deputado federal licenciado disse não ter dúvidas de que as ações do presidente foram diretamente responsáveis pelo descontrole no número de óbitos diários registrados no país e questionou quantas vidas poderiam ter sido poupadas.
“Quem ocupa a Presidência hoje se ocupa de outras coisas e não o exercício das prerrogativas e das responsabilidades que precisa ter o mais importante é elevado mandatário do país, o que fez o Brasil assistir ao agravamento absolutamente evitável da pandemia. Nós teríamos poupado milhares de vidas se o presidente tivesse tomado as atitudes corretas”, apontou, listando as recorrentes aglomerações promovidas por Bolsonaro, flagrado sem máscara, em diferentes eventos públicos.
Bolsonaro ‘genocida’
Defendendo o título de ‘genocida’ que Bolsonaro busca a todo custo se se dissociar, Márcio Jerry também recordou a negativa de ofertas de vacinas da Pfizer, confirmada pela diretoria da farmacêutica à CPI da Covid na semana passada. Ele citou ainda os gastos do Planalto com a cloroquina, medicamento ineficaz contra a doença, para a qual Bolsonaro insiste em fazer propaganda.
“Se ele não tivesse gasto dinheiro com a inutilidade da cloroquina e tivesse ajudado o Brasil a ter vacina… Se Bolsonaro tivesse aceito a oferta da Pfizer, no ano passado, quantas vidas teriam sido salvas? Por isso tudo é que a pandemia do coronavírus ganhou esse status de tragédia em nosso país e é isso que nos dá condições de dizer, sem ofensa alguma, que Bolsonaro é criminoso, que Bolsonaro tem postura genocida.
Deterioração econômica
Ao apresentador Gilberto Lima, Márcio Jerry também mencionou a inoperância da equipe econômica e o aprofundamento da crise econômica e social verificada no país.
“Nós temos 14 milhões de desempregados, nós temos 6 milhões de desalentados, pessoas que já nem procuram emprego porque não acreditam mais na possibilidade de tê-lo. Temos, portanto, uma imensa, grave e absurda tragédia e precisamos acordar para ela, ter indignação com essa tragédia, cobrar do presidente da República e sua equipe”, disse.
Hora de agir em defesa da vida
Subindo o tom, o parlamentar também declarou que Bolsonaro precisa deixar a arrogância e sair da “clausura estúpida, arrogante e absurda” em que se encontra para agir em defesa da vida.