O depoimento do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo na manhã desta terça-feira (18) na CPI da Covid é motivo de apreensão no Palácio do Planalto. De temperamento explosivo, teme-se que Araújo aproveite a audiência para se dirigir ao bolsonarismo raiz, disparando contra o governo, por tê-lo jogado às favas em troca do apoio do Centrão no Congresso Nacional.
A sua passagem pelo Itamaraty foi marcada pelos entraves que criava em seus desvarios ideológicos inspirados em Olavo de Carvalho. Em um de seus ataques à China , ele apelidou a Covid-19 de ‘comunavírus’.
No dia 1º de Maio, enquanto os fiéis bolsonaristas saíram às ruas abrindo o bocão e gritando “eu autorizo” em mais uma manifestação em defesa do golpe militar no país, Araújo tuitava: “Um governo popular, audaz e visionário foi-se transformando numa administração tecnocrática sem alma nem ideal. Penhoraram o coração do povo ao sistema. O projeto de construir uma grande nação minguou mo projeto de construir uma base parlamentar”.
Os tresloucados seguidores do mito estão à espera de um herói que enfrente os comunistas, defenda a cloroquina e lave-lhes a alma até agora envergonhada pelos depoimentos acovardados do presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, que defendeu o uso de máscara e condenou as aglomerações, e do ministro da saúde Marcelo Queiroga, que desprezou o tratamento precoce e se omitiu diante de fatos cruciais à raiz terraplanista.
Diplomacia sob comando de Araújo
Os requerimentos de convocação foram apresentados pelos senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que querem explicações sobre a condução da diplomacia brasileira durante a crise sanitária provocada pela Covid-19.
Marcos do Val argumenta que um dos objetivos da Comissão Parlamentar de Inquérito é apurar ações e possíveis omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia, especialmente no agravamento dos casos no Amazonas, com a falta de oxigênio para os pacientes internados.
O parlamentar diz ainda que, no período como ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo “executou na política externa o negacionismo de Jair Bolsonaro na pandemia, o que teria feito o Brasil perder um tempo precioso nas negociações por vacinas e insumos para o combate à doença”.
Já Alessandro Vieira pretende obter informações sobre os exatos termos de atuação do ministério para trazer vacinas e insumos para o Brasil.
Com informações da Agência Senado e Rede Brasil Atual