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O presidente Jair Bolsonaro fala sobre CPI ao lado do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Foto: Reprodução

Durante transmissão ao vivo em suas redes sociais, na noite dessa quinta-feira (13) o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) provocou o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) e disse que pediu à deputada Carla Zambelli (PSL-SP) para colher assinaturas a destinadas a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o chamado “tratamento precoce”.  

A iniciativa faz parte de uma tentativa do presidente da República em criar uma cortina de fumaça para dividir os holofotes negativos que tem recebido com o avanço da CPI da Covid.

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“Fiz uma proposta hoje à Carla Zambelli, se não me engano, sugerindo uma CPI na Câmara para a gente investigar o tratamento imediato. Não posso nem falar o nome, mas o pessoal sabe o que eu estou falando. Se eu tiver problema de novo, for reinfectado, vou tomar de novo”, disse o presidente durante live.

Assim como em outros momentos durante esta semana, Bolsonaro aproveitou a ocasião para atacar Calheiros. “A CPI é um palanque. Os caras tão lá pra aparecer. Não é todo mundo, tem gente boa, mas tem lá o falastrão do relator…”, reclamou.

Diferente do que pensa o presidente, as audiências desta semana na CPI da Covid evidenciaram a negligência do Governo Federal, que em ao menos cinco oportunidades deixou de adquirir vacinas com antecedência.

Repercussão da CPI

Reportagem da repórter Nathalia Bignon relata que o explosivo depoimento do presidente da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, na CPI ontem e a interrupção da produção da Coronavac por falta de insumos informada no mesmo dia pelo Instituto Butantan foram os detonadores perfeitos para um novo tsunami de críticas ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Ao longo do dia e durante a manhã desta sexta-feira (14), não faltaram manifestações públicas a favor do impeachment de Jair Bolsonaro e a imediata responsabilização dos integrantes do governo depois do país ultrapassar a macabra marca dos 430 mil mortos desde o início da pandemia.