TCU
Bolsonaro negou compra de apoio do Congresso, mas TCU foi acionado – (Foto: Evaristo Sá/AFP)

Nesta terça-feira (11), os partidos de Oposição na Câmara protocolaram pedido junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que o órgão suspensa pagamentos de emendas parlamentares da modalidade RP9, alvo de denúncia do escândalo apelidado de ‘Tratoraço’ou ‘Bolsolão’, como foi apelidado o esquema do orçamento paralelo montado pelo governo federal para angariar apoio da base aliada no Congresso Nacional.

No documento, eles pedem que o TCU conceda uma medida cautelar para suspender a “destinação e aplicação, no todo ou em parte, de recursos públicos no chamado ‘orçamento secreto’ criado pelo presidente”, impedindo a execução das verbas ou a suspensão das destinações até que um sistema de informações transparente das indicações seja disponibilizado, “uma vez que não se sabe e não se consegue saber quem indicou os beneficiários”.

Investigação contra Bolsonaro no TCU

As lideranças solicitam, ainda, que seja instaurado um processo de apuração da denúncia das evidentes irregularidades praticadas por Bolsonaro, pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento Regional e pelo Presidente da Codevasf, além de averiguar se houve destinação de créditos extraordinários para a chamada RP9, especialmente aqueles autorizados pelo Congresso Nacional para o combate da pandemia do coronavírus.

“Estamos diante de uma intensa sangria dos cofres públicos, feita de forma obscura e sem critérios conhecidos. Esse uso de dinheiro público para montar, por caminhos tortuosos, uma base no Congresso Nacional é um escândalo de grandes proporções. Por isso, é fundamental estancar o quanto antes a sangria. Esse dinheiro precisa ser usado para salvar a vida dos brasileiros, comprando vacinas, e não para abastecer esquemas suspeitos”, afirmou o líder da Oposição, deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ).

O pedido faz parte da representação enviada na manhã de hoje pelos líderes do PT, PCdoB, PSB, PDT, PSOL e Rede solicitando a imediata investigação do caso. Na noite de ontem,  integrantes da Oposição e da Minoria na Câmara já haviam recorrido ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que os dois órgãos analisassem a denúncia.