
Em uma decisão inédita, o governo de Joe Biden disse nesta quarta-feira (5) que apoiará a suspensão de direitos de propriedade intelectual sobre as vacinas contra a Covid-19, uma ideia proposta por países como Índia e África do Sul na Organização Mundial do Comércio (OMC), e que pode permitir a quebra de patente dos imunizantes.
A ideia de países em desenvolvimento é facilitar a transferência de tecnologia e possibilitar a produção das vacinas em nações que estão atrás na corrida pela imunização.
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“Essa é uma crise de saúde global e as circunstâncias extraordinárias da pandemia da Covid-19 exigem medidas extraordinárias. O governo (Biden) acredita fortemente nas proteções de propriedade intelectual, mas em trabalho para acabar com essa pandemia apoia a suspensão dessas proteções para as vacinas contra covid-19”, anunciou a representante comercial dos EUA, Katherine Tai.
A decisão isola o Brasil em âmbito internacional. Durante o governo de Donald Trump, a gestão de Jair Bolsonaro alinhou-se à gestão do mandatário e mostrou-se refratário a qualquer apoio à iniciativa.
Por meio de suas redes sociais, o ex-presidente Lula comemorou a decisão histórica da Casa Branca e reforçou que a medida ajudará na vacinação em massa de países.
Quero saudar essa decisão histórica do governo @JoeBiden. Desde 2020 defendemos que a suspensão do monopólio das patentes é a única saída para vacinação em massa de toda a população. A saúde não pode ser mercantilizada. A humanidade vai vencer esse vírus. https://t.co/KBG5WNPuOo
— Lula (@LulaOficial) May 5, 2021
Os Estados Unidos, sede de grandes farmacêuticas, historicamente se opôs à discussão sobre a quebra de patentes.
Desde o ano passado, em rodadas de paz na OMC sobre o tema, o país foi um dos que rejeitou uma proposta de nações em desenvolvimento, ao lado de Suíça, Japão e Reino Unido, em um embate entre países ricos e pobres. O Brasil não apoiou a proposta da Índia e da África do Sul.