Carlos Lula
O secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conass, Carlos Eduardo Lula – (Foto: SES)

Em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira (10), o secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo Lula, fez um alerta sobre os impactos das falas de Jair Bolsonaro (sem partido) no processo de vacinação contra a Covid-19 no país e esboçou preocupação com a iminente escassez dos imunizantes.

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Com falta de doses já identificadas em ao menos 12 capitais, a tendência é de que o quadro se agrave ainda mais nos próximos meses de acordo com Lula.

“Infelizmente isso ainda pode piorar nas próximas semanas. A gente acredita que a partir de julho devemos acelerar o processo de vacinação, mas, até lá, teremos muitos problemas”, disse à emissora.

Efeito adverso do novo ataque à China

A maior preocupação se dá em relação aos atrasos na exportação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), principal insumo para a produção das vacinas Coronavac e de Oxford/AstraZeneca. Segundo ele, as falas do presidente sobre a China, na semana passada, causaram “muita preocupação”, já que o país é “o principal fornecedor de insumos para os imunizantes.”

Carlos Lula também lamentou o momento em que a CPI da Pandemia foi instalada, embora entenda os motivos para que ela ocorra.

Foco na CPI e não na Covid-19

Em sua fala, o presidente do Conass também lamentou que o principal foco do ministério da Saúde esteja na defesa do governo diante do avanço da CPI da Covid-19 do que no enfrentamento da pandemia.

“O que a gente sentiu é que a intensificação da disputa na CPI desfoca o Ministério da Saúde. Boa parte das decisões que poderiam ter sido tomadas na semana passada se perdeu diante dos holofotes jogados à Comissão.”

Terceira onda seria um desastre, diz Lula

Como forma de conter a expansão do vírus, Lula defendeu a instalação de barreiras sanitárias em portos e aeroportos para impedir a entrada de variantes do coronavírus, visto que uma terceira onda no país, aliada a uma nova cepa seria “um desastre.”

“Fizemos um pedido para posicionamento [sobre as barreiras sanitárias] com urgência para o Ministério da Saúde e a Anvisa, mas nenhum se pronunciou. [Neste momento] tem de se ter menos burocracia e mais agilidade”, disse Carlos Lula.