Os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS devem analisar, até a próxima semana, três pedidos de convocação e dois de quebra de sigilo contra o deputado estadual Edson Araújo (PSB). Ele é presidente licenciado da Federação das Colônias de Pescadores do Maranhão (Fecompema) e é acusado de ter recebido mais de R$ 5 milhões em propina de uma entidade envolvida nos descontos irregulares feitos nos salários de aposentados e pensionistas.

Os pedidos de convocação foram apresentados pelos deputados Alencar Santana (PT-SP) e Rogério Correia (PT-MG), além do senador Izalci Lucas (PT-DF). Esse último também solicitou ao Coaf o Relatório de Inteligência Financeira de Edson Araújo.

Além disso, Izalci pede que seja autorizada a quebra do sigilo bancário do parlamentar maranhense no período de 2020 a 2025.

Em maio de 2025, veio a público um relatório da Polícia Federal que apontou que Edson Araújo teria recebido cerca de R$ 5,4 milhões de uma das entidades investigadas no esquema bilionário contra aposentados.

Segundo a PF, os repasses ao deputado aconteceram entre maio de 2023 e maio de 2024, feitos pela própria Fecompema, que entrou no radar das investigações por ter recebido R$ 400 mil da Confederação Brasileira dos Trabalhadores de Pesca e Aquicultura (CBPA). Essa confederação, por sua vez, arrecadou R$ 99 milhões com descontos de mensalidades de aposentados.

A polícia destacou que as movimentações financeiras do parlamentar envolvem “valores expressivos e incompatíveis com sua renda”, levantando suspeitas de “ocultação de bens, patrimônio e possível sonegação fiscal”.

De acordo com o vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Júnior (PSB), os requerimentos ainda não foram votados. A previsão é de que isso aconteça até a próxima semana, com prioridade para os pedidos de quebra de sigilo bancário.

Por conta das suspeitas sobre Edson Araújo, o caso está sendo analisado no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).