Uma rede de perfis falsos e suspeitos tem agido de forma coordenada nas redes sociais do Maranhão com um objetivo bem claro: proteger a imagem de Orleans Brandão, sobrinho do governador Carlos Brandão (PSB), e atacar com agressividade qualquer voz que critique o governo estadual. O que já vem sendo chamado por bastidores políticos de “escritório do ódio nos porões dos Leões” parece seguir um roteiro bem definido de manipulação digital.

Orleans, ainda sem histórico político próprio, vem sendo promovido como herdeiro político do tio e possível candidato nas eleições de 2026. E sempre que surge uma crítica ou cobrança por transparência, uma onda de comentários suspeitos aparece para defender o jovem e atacar opositores. O padrão se repete: perfis recém-criados, sem postagens próprias, com nomes estranhos e fotos possivelmente roubadas da internet.

Perfis com comportamento de robôs

Nomes como Yuricoim, Lucenamaria2, Lucasemanoelx, Luizhenriqueliteral, Mariasocorroleal42 e gabyyjardel fazem parte dessa rede. Em comum, todos apresentam características típicas de bots ou contas falsas: ausência de conteúdo original, baixa interação com outros usuários, comportamento repetitivo e defesa incondicional de Orleans.

Esses perfis costumam aparecer em massa nos comentários de publicações oficiais do governo ou de aliados, exaltando Orleans Brandão com elogios exagerados. Ao mesmo tempo, partem para o ataque contra deputados, jornalistas e cidadãos que fazem críticas, muitas vezes com palavras ofensivas ou acusações sem fundamento.

Operação coordenada levanta suspeitas

A sincronização entre esses perfis e a repetição das mensagens indicam uma possível operação organizada — o tal “escritório do ódio” que, segundo analistas, pode estar sendo operado de dentro (ou sob aval) do próprio Palácio dos Leões.

Mais do que defender um nome político, a rede parece trabalhar para criar uma bolha artificial de apoio a Orleans, moldando uma imagem pública que não condiz com a realidade. O objetivo é claro: construir uma candidatura a partir da manipulação e do silenciamento de críticas.

Como identificar perfis falsos

Especialistas em segurança digital destacam sinais comuns que ajudam a identificar perfis suspeitos:

  • Fotos genéricas ou roubadas (facilmente encontradas em bancos de imagem ou via busca reversa);
  • Nomes incomuns ou com números aleatórios;
  • Pouca ou nenhuma postagem própria;
  • Engajamento falso, com comentários repetitivos ou fora de contexto;
  • Contas criadas recentemente, às vezes dias antes de uma grande polêmica política;
  • Ausência em outras redes sociais;
  • Padrão de comportamento idêntico entre os perfis, sempre exaltando o mesmo político e atacando os mesmos alvos.

Um golpe silencioso contra a democracia

Essa prática não é apenas imoral. É perigosa. Ao usar tecnologia e automação para manipular a opinião pública, o chamado “escritório do ódio” dos porões dos Leões atenta contra a democracia, o direito à informação e o debate livre nas redes.

Enquanto a população espera soluções para problemas reais, o governo parece mais preocupado em proteger um herdeiro político do que em apresentar resultados concretos. Ao tolerar — ou mesmo coordenar — esse tipo de ação, o Palácio dos Leões se distancia da transparência e adota uma política de intimidação digital.

A sociedade precisa reagir

É fundamental que a sociedade maranhense esteja atenta e saiba reconhecer esse tipo de manipulação. A desinformação travestida de apoio popular não pode substituir o debate real, nem silenciar as vozes críticas que lutam por um Maranhão mais justo, transparente e democrático.

Nos tempos atuais, o silêncio não vem mais só por censura. Ele vem por meio de perfis sem rosto, operados por quem prefere atuar nas sombras — nos porões dos Leões.