Desde sexta-feira (7), uma reação liderada por governadores bolsonaristas vem sabotando medidas do governo federal que têm como objetivo reduzir o preço dos alimentos no Brasil. Os governadores de Santa Catarina, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, todos aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, recusaram-se a diminuir o ICMS sobre produtos da cesta básica, dificultando os esforços para baixar os preços nos supermercados.

Boicote político afeta população

As medidas do governo Lula preveem zerar tributos sobre produtos da cesta básica e eliminar tarifas de importação para alimentos como carne, leite e café, na tentativa de aliviar o peso no bolso do consumidor.

No entanto, esses governadores bolsonaristas decidiram manter o ICMS elevado sobre esses produtos, limitando o impacto positivo da iniciativa. O ICMS é um imposto estadual e sua redução depende da colaboração dos governadores.

Ronaldo Caiado critica medidas e defende agronegócio

Entre os principais opositores está o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), historicamente ligado ao agronegócio e aliado próximo de Bolsonaro. Ele classificou as medidas do governo federal como um “desastre” e afirmou que a isenção de tributos prejudicaria os produtores brasileiros.

“O governo federal acaba de zerar a tarifa de importação para alguns alimentos, em mais uma ação desastrosa do governo Lula. Essa medida penaliza os produtores e a indústria brasileira”, criticou Caiado, ignorando que a decisão visa conter a inflação e ajudar consumidores mais vulneráveis.

Medidas para reduzir preços

O ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, anunciou um pacote com seis medidas para tentar conter a alta nos preços dos alimentos:

  1. Zerar a tarifa de importação da carne, atualmente em 10,8%;
  2. Isenção para importação de café, açúcar e milho;
  3. Alíquota zero para óleo de girassol e azeite de oliva;
  4. Isenção para sardinha, biscoitos e massas alimentícias;
  5. Cesta básica sem impostos federais;
  6. Reforço ao Plano Safra e ampliação dos estoques reguladores.

Segundo Alckmin, essas ações foram pensadas para aliviar os preços e ajudar a população que enfrenta dificuldades econômicas.

“Estamos em um momento de alta nos preços. Reduzir impostos é uma forma direta de ajudar as pessoas e controlar o custo dos alimentos”, explicou o ministro.

Impacto do boicote

A negativa dos governadores bolsonaristas em reduzir o ICMS pode limitar os resultados esperados pelo governo federal. Sem essa colaboração, o efeito positivo da redução de impostos federais pode ser parcialmente anulado, prejudicando milhões de brasileiros que aguardam alimentos mais baratos.

Essa postura revela não apenas uma disputa política, mas também um impacto direto na vida da população, que pode enfrentar dificuldades maiores para perceber a queda nos preços prometida pelas medidas do governo federal.