O presidente Jair Bolsonaro (PL) faltou com a verdade ao proferir nesta terça-feira (20) um discurso a chefes de estados na abertura dos trabalhos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ao tratar sobre a pandemia, disse: “Quando o Brasil se manifesta sobre a agenda da saúde pública, fazemos isso com a autoridade de um governo que durante a pandemia da Covid-19 não poupou esforços para salvar vidas e preservar empregos“.
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Embora o mandatário repita que seu governo se esforçou para combater o desemprego e a Covid-19, não é verdade que esses temas foram tratados dessa maneira.
Em 2021, por exemplo, o governo Bolsonaro ingressou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para impedir que estados e municípios tomassem medidas de controle e combate à Covid-19 que achassem adequadas e dentro das normas que orientava a Organização Mundial da Saúde (OMS), como distanciamento social e uso da máscara.
Da mesma forma, o governo atrasou a chegada e a entrega de vacinas contra o novo coronavírus, ao ignorar ofertas de imunizantes da Pfizer e cancelar, em outubro de 2020, um acordo que previa a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac.
Além do próprio presidente Jair Bolsonaro ter propagado em diversos momentos dúvidas sobre a eficácia das vacinas. Até hoje ele diz que não se vacinou contra a Covid-19, ao passo que impôs 100 anos de sigilo a seu cartão de vacina.
Também há indícios de ineficiência do governo federal na entrega de oxigênio para hospitais em Manaus durante os primeiros meses de 2021, quando o Ministério da Saúde decidiu priorizar a entrega e a prescrição de medicamentos sem eficácia contra a Covid-19 — e o estoque do insumo básico na capital amazonense acabou, levando pacientes à morte.